domingo, 27 de junho de 2010

Beira-Rio



Sentei-me na beira do rio pra ver sabiá falar.
Pra ver sereia me enamorar no tempo azul de sol
E deitar comigo no verde pra escutar sabiá reclamar.

Das injurias de não ter amor seu,
Das tristezas que ele desabafa na beira do rio
E entoar toada de amor meu.

Sentei-me na beira do rio pra ver bem-te-vi
Pra ver sereia me enamorar na tardinha de sol
E bem-te-vi, eu vi soletrar o nome da sua amada,

Bem que eu te vi, assim tristonho,
Bem que eu senti sua boca calada
Bem que eu desenhei seu precioso carinho.

(Rod.Arcadia)


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Poetisa

A poetisa sentou na escrivaninha e estava aquecido o ambiente,
Abriu seu caderno levemente com suas mãozinhas dóceis e macias
Seus dedos pequenos foram abrindo paginas e paginas do caderno,
Era tão velho pelo tempo, mas tão querido para ela.

Ela jogou suas costas na cadeira e se espreguiçou gostosamente,
Disse um melodioso “Ah” invocando um ar saudoso
Para invadir seu ventre e ficou leve e calma.

Então, chegou à parte branca da folha do seu caderno
E com sua mãozinha na cabeça pensou,
Pensou um pouquinho e dali deixou-se incorporar.

As ágeis mãos percorriam as linhas imaginarias de flores e verdes,
Animais, carrosséis e pirilampos navegavam nas dimensões,
Ouviu o batuque e cantiga de bater chão de terra,
Percebeu crianças brincando e girassóis abrindo os braços,

E viu o galanteio do poeta e a tristeza da lua,
E tudo girava e dançava e batucavam no ritmo do poema,
E tudo fluía e navegava num sedutor oceano de palavras,
Imaginações, tesouros e diamantes lapidados,
A poetisa na escrivaninha, aquecido ambiente, bailava,
Lá fora bem-te-vi sorri, gato no telhado samba,
E ela bailava com suas mãozinhas no caderno,
Possuída pelo desfile de imagens e cores.

E perto do seu ouvido uma pequena musa ditava cada passo,
Cada pintura da peça que se mistificava, um ditar adocicado.
E lá fora um cravo chorava pelo amor da rosa.

(Rod.Arcadia)

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Tristeza Malmequer


E que navegam meu pranto ardente,
Meu gemido vermelho da minha boca que queima
Me despedaça vidraça de mim, me rasga feito pagina

Morada de traças e jantar de cupim, voa,
Voa longe do meu bem-querer, que te machuca,
Que te maltrata sem pudor, fuja de mim,

Num oceano sem fim, num horizonte mais alegre,
Dos meus braços que são sua prisão,
Cala-me do meu pranto seu silencio frio,

E me canta tristeza malmequer,
Ciranda desafinada, temporal sem cor.
Nos olhos da tristeza, vai navegando teu pesar em mim.

(Rod.Arcadia)

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quinta-feira, 17 de junho de 2010

Cremes e Rosas


Eu sinto seu cheiro,
Seu cheiro que laçou meu viver.
Foi invadindo sem querer,
Cremes e rosas eu quero,

Do seu corpo que o perfume exala,
Seu cheiro bom, me encantou,
Desejo beijo, da boca dela,
Cremes e rosas o perfume chamou

Pra junto do seu corpo,
Cremes e rosas sua sedução
Enlaçou feitiço dentro do coração.

Foi desejo, foi calor, foi grande noite,
Exaustos de amor, suados de prazer,
Cremes e rosas tudo poderia acontecer.

(Rod.Arcadia)

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Roda Viva


Roda viva, gira girassol,
Cavalo que salta, gira, gira, o meu sol,
Salta meu pedaço pra te alimentar.

Roda viva, gira meu poetar,
Meu encanto menino, quer dançar,
Gira girassol, meu sol girassol.

Viva roda viva, viva girassol,
Viva gira, gira, girassol,
Meu encanto menino, gira, gira o meu sol.

(Rod.Arcadia)


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Peso e Medida


Não tenho peso e medida,
Também não sou leve como pena,
Trago um sorriso levado,

No cantinho escuro do meu lábio,
Não desejo beijos e nem deusas,
Nem balas e confetes.

Não preciso de peso e medida
Pra equilibrar meu amor por ti,
Muito menos rosas e cartões de créditos,

Nem pagar um poeta perfumado para declamar
As melhores poesias apaixonantes,
Nem risos e velas.

Não tenho peso e medida,
Mas possuo uma carência, uma faminta
Carência de seu cheiro, do seu abraço,

Da sua voz, do seu aconchego,
De ouvir seu nome, te acariciar.
Fecho-me em ti, me aprisiono em ti.

(Rod.Arcadia)

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O Caso


O meu caso contigo é valsa,
É samba de quarta-feira,
É um rock bom no fim de semana.

O nosso caso virou cinema,
Best seller nas livrarias,
O beijo na novela das oito.

Virou poesia popular,
Um canto chão, um bolero argentino,
Um amor feito no frio do Central Park.

E que me digam os invejosos,
Desse nosso caso só quero confetes,
Brilhos e estrelas cadentes,

Vão invejosos em seus sambinha,
Batucar suas infelicidade, o nosso caso,
É um sol que canta, melodia doce e suave.

(Rod.Arcadia)

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segunda-feira, 7 de junho de 2010

Assim no preto e branco,

Assim no preto e branco,
Vida errada constrói meandros,
Infelizes incertezas, clarões que cegam.

Eu quero preto e branco,
Vou retirar sua mascara,
Sua ferida em mim,

Não quero saber em que meandro
Esconde-se sua falsidade,
Vou quebrar sua mascara,

Seu orgulho e sua lagrima de gelo,
Nem sua maldade, faz de mim seu boneco,
Preto e branco, nada colorido,

Nem arco-íris vão abrir,
Fecho meu sentimento, meu jardim secreto,
Faço-me de fechadura, quebro sua mascara.

E derrubo seus meandros, seu prazer,
A falta que você não faz, o preto e branco,
Desenho solidão em mim.
Desenhos meus riscos, quebro sua mascara,
Não é minha canção,
É o fim é o meu ultimo capitulo.

(Rod.Arcadia)

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Desvios e Atalhos


Em desvios e atalhos
Vai meu ser navegante,
Vai atravessando fantasmas,

Fechando meu ouvido aos gritos
De agonia, xingos e risos esquizofrênicos,
Sou um navio abandonado que navega,

Num mar de neblina,
Carrego o spleen, ninfas choronas,
Feridas de traições e navego,

Em desvios e atalhos,
Ouço a musica dos condenados,
Ela comanda o ritmo da navegação,

Mar de neblina,
Feito o spleen a febre do tédio,
Desvios e atalhos,
Vai atravessando os gritos dos fantasmas.

(Rod.Arcadia)

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Quero enlaçar em seus cabelos



Quero enlaçar em seus cabelos, musa morena,
Fazer deles minha eterna poesia,
Pra ti, pra ver seu sorriso,

Abrindo uma manhã de sol, ver seu sorriso,
Iluminar minha poesia, musa morena.
Quero ser o perfume dos seus cabelos,

Ser as mãos que vão tocá-los e inspirar,
Inspirar a fragrância tão docemente,
No meu frágil devaneio.

Ah, musa morena quero me enlaçar em seus cabelos,
Sou poeta que canta, que canta um desamor,
Poeta por ti eu sou e faço dessa poesia meu encanto,

Por seus cabelos perfumados, feito luz da manhã,
Que me faz despertar meu dia, meu encanto musicado,
Quero enlaçar sem receio, no devaneio alegre.

E assim, doce musa morena,
Eu canto a poesia de seus cabelos,
A viva alegria de seu doce sorriso.

(Rod.Arcadia)

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sábado, 5 de junho de 2010

Noites Enluaradas

Noites enluaradas,
Dois corpos que dançam,
Bailado ritmado, valsa açucarada.

Alguém que me diz quem é o par dessa dama,
Pode ser um rei, um poeta, um encantador,
São eles a mistura de um homem só.

Esse par pode ser um gato vadio que foge,
Batucando o seu amor nos telhados da vida,
Enlaçando no seu olhar o mar de segredos da dama.

Noites enluaradas,
Dois corpos que se unem,
Bailado ritmado, valsa açucarada.

(Rod.Arcadia)
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Qualquer Dia Eu Volto


Qualquer dia eu volto,
Carregando na mala meu destino, meu encanto,
Na mochila vou levando uma fada, uma bruxa pra assustar,

Vou levando a estrela cadente, um arco-íris que brotou bem longe,
Levo também os cânticos mais belos, o suspirar de uma criança,
A leveza nos olhos de quem poetisa os movimentos.

Qualquer dia eu volto,
Pra junto de um gostoso abraço,
De um estalado beijo na bochecha mais fofa,
No aconchego que vai me aquecer.

Levo na mochila estrelas e brilhos,
Fantasias e confetes, musas e rosas,
Minha poesia e o meu cantar.

E assim vou qualquer dia voltar,
Carregando no olhar, meu encanto,
Meu feitiço lançado, meu devanear,
Qualquer dia eu volto, nos carinhos do seu abraço.

(Rod.Arcadia)
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Litoral


Agora me levanto ouvindo o seu cantar,
Maresias enfeitadas, vão silenciar meu espírito.
Suspira, perfume soprado, espumas brilhantes,
Bebo tal cheiro do ventinho que me atira,

Nos braços invisíveis de musa, Iara bonita,
Seu beijo um litoral de mar calmo,
Brisa que me chama me conduz aos teus braços,
E eu não nego, ventinho condutor,

Meu guia, aos braços dela, chama meu nome,
Ritmando a sedução, o batuque de suas palavras,
Um bate-bate nos meus encantos,
Minha viagem, espumas, o mar aplaude.

Chama o litoral, ventinho feitiço,
Nos encantos da musa, Iara bonita,
Caipora pierrô dança batuque, encanto do amor,
Bate palmas o mar, bate palmas o mar,
Viva, viva! Sonhada canção beira-mar!

(Rod.Arcadia)
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Meias palavras

Meias palavras bastam.
Seu sorriso é a minha estrada sonhada,
O meu abraço em ti, um calor de paixão.

Meias palavras bastam pra dizer tudo,
Ditam nos olhos sentimentos já descritos,
E mãos tocadas, restam silêncios e mais nada.

Meias palavras bastam pra derrubar muros,
Pra dizer que conduzo você até a mim,
No abraço confortável, de um beijo no rosto,

De um sim no seu olhar,
E amanhecer ao seu lado, meias palavras não bastam,
Mas o teu sorriso me mostra, foi mágico, foi glorioso.

(Rod.Arcadia)
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