terça-feira, 20 de julho de 2010

Janelas


Dobram as folhas das janelas,
Abertas, mostram caminhos,
Mostram caras e gestos.

Um boneco de pano aparece,
Acena, fala comigo, vai embora,
Fica uma musica de fundo, que não entendo.

As folhas das janelas dobram,
Nos ventos do outono, vem dama de fumaça
Invadir meu tempo, o meu espaço.

Em meu ouvido desdobram palavras amorosas,
Belas provas de sedução e a dama
Na saudade vai, nos ventos do outono.

E das janelas a estrela mais iluminada brilha,
A estrela-Dalva, ela ilumina as janelas,
Ilumina a casinha que fica na colina.

E as janelas são guias para muitos caminhos
E vou eu de violão nas costas, de pé no chão
E vou desdobrando janelas, desdobrando o meu destino.

( Rod.Arcadia) 

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Deito Pra Assistir



Deito pra assistir, seu olhar em mim.
Seu olhar em mim é alivio,
É doce prazer, um coração que pulsa.

Deito pra assistir,
As palavras que sairão da sua boca, são agradáveis,
Esforço-me pra não sonhar...

E lá fora tudo se movimenta, ninguém assiste,
É o filme que rola rápido, sem pausa,
E eu deito pra assistir,

Sua pulsação, suas mãos percorrendo meu corpo,
Seu sorriso eu assisto,
Eu assisto seus lábios buscando os meus.

E lá fora o filme acaba, ninguém percebe.
Nem o som da chuva, todos dorme.
Eu assisto,

Aqui deitado, eu te assisto.
E dorme na grandeza dos sonhos, dorme.
Fecho os meus olhos... Não é um filme.

( Rod.Arcadia) 
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Sede de Amar


Ah, essa sede de amar...
É tão bom assim.
Essa sede de amar, é fragrância.

Eu me sacio da sua sede de amar,
Bebo seu vinho, sua boca molhada
E mordo a pele sem sentir dor.

Essa sede de amar, atrai o perfume
Que vem de você, tudo se abre,
Na forma mais bela.

E os olhos não fogem, eles mostram espelhos
Que neles refletem, somos canções,
Canções de luar, canções de amores,

Violino suave, melodia feita floco de neve.
E chegue bem perto de mim,
Quero falar no seu ouvido:

Ah...Sua sede de amar,
É fragrância.
Essa sede de amar, é tão bom.

( Rod.Arcadia) 

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Bordado Em Mim


Faz de mim o seu bordado,
Faz de mim o seu bem querer,
Na costura do seu charme.

Venha assim bem leve para mim,
Bordando-me com seu carinho,
Uma vontade, a enorme sede

Que percorre em nossos corpos.
Venha me bordar nas linhas dos seus lábios,
O seu olhar de canela, sua pele erva-doce

E me acalma na primavera que canta.
Vem bordar dos beijos seus, costura
Seus desejos e caia na loucura,

Nessa loucura, na chama que não se apaga,
Que incendeia, que brilha e é radiante.
Faz de mim o seu bem querer, o seu bordado.

( Rod.Arcadia) 

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Destruição



Eu formulei o meu caos,
Na dança cósmica girei
Na contramão, traguei fumaças

De incensos, celebrei no contato
O festejo, vi oferendas ao deus da guerra,
Vi meus olhos tragando fogo.

Eu pintei sete vezes, risquei na parede
E nela marquei destruição, no rosto da guerra,
Vi meu caos descrito.

E nesse poço de lodaçal que mergulho,
Renascera meu outro eu, na superfície,
Um novo homem, uma nova identidade,

Sem guerras, sem caos, sem fogo nos olhos,
Somente o novo homem, da pura natureza,
Vou voar nas asas da grande poesia.

Assim vou, na minha destruição,
Construir o meu novo eu, para renascer
Nas grandes asas da poesia.

( Rod.Arcadia) 

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quinta-feira, 15 de julho de 2010

O Seu Papel


O seu papel são palavras chovidas,
Lagrimas enfeitadas que desenham no papel.

O seu papel é mais do que uma simples declaração,
Parecem amargas, talvez duras e doces.

O seu papel suave, menina boba que ri a toa,
Descreve na sua maneira um jogo,

De gato e rato, de rainhas e reis, de xadrez,
Sedução manchada de batom, viva a ti, atriz,

Decora seu teatro, drama enfeitada, luz na ribalta,
O seu papel de linhas tortas cruzam caminhos.

Papel amassado, jeito descarado,
Suspiro quieto, prazer no escuro.

No seu papel, sou assim perdido,
Não me acho, desorientada peça do seu jogo.

Então rasgue o seu papel, faça nova poesia,
Vem fazer de mim seu doce luar.

( Rod.Arcadia)

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Estandarte

Vejo seu rosto no meu estandarte.
Figuras no enfeite seu rosto de pêssego,
Suave sorriso de amanhecer.

E carrego nas ladeiras, nos morros acima,
Nos mercados da cidade o estandarte
Do seu rosto que reluz magia.

Vem ver os caboclos nos passos a dançar,
Na rua a batucar, tambores a poetar,
Batuques que gira as damas no versar.

E do seu estandarte sou mestre sala,
Eu desfilo no bloco na coração da multidão,
Carregando seu rosto no meu estandarte.

Vem abrir ala, batuque dos caboclos,
Faz ladeira agitar, vem abrir alas,
Giram senhoras no seu versar.

Cantar no rosto do seu estandarte,
A poesia admirada, vou à ladeira dançar,
Segurando seu rosto no meu balançar.


E vêm batuque, caboclos felizes,
Bate tambores, desce ladeira,
Celebram seu rosto no meu estandarte.

( Rod.Arcadia)

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Incêndio


Ai menina, me queima,
Queima seu beijo, seu lábio,
Dá cá teu beijo ardente,

Quer ser a minha canção?
Minha poesia, meu devaneio?
Ai menina, me incendeia,

Desejo molhado, unhas marcadas
No peito, vem me machuca, queima
Sem pudor, seu lábio em mim.

Vem menina, com seu corpo que ferve,
Minha febre por você é tamanha,
Temperatura descontrolada,

Minha ardente musa, minha canção,
Seu calor, desejo provocado,
Ai menina, meu corpo o seu incêndio.

( Rod.Arcadia)

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Memória Sem Tempo


A memória sem tempo, é um rio,
Um rio que corre, ele não pára,
A memória sem tempo.

E da memória, apaguei lembranças,
Aquelas doloridas, manchadas, sem cores,
Ficaram sem tempo, sem espaço.

E memórias novas eu desenhei num papel,
Gravei num gravador, fiz um disco,
Mas a memória é sem tempo,

É corrida, é carregada de lembranças,
O rio que flui sem parar,
O tempo passa e não termina.

A memória sem tempo, navego,
De lembranças boas, ruins, no rio que corre,
Ele não pára, ele continua andando.

( Rod.Arcadia)

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Com Sua Voz



Com a sua voz, eterna profundidade,
Um mar calmo que descansa,
Carrega fraternidade, frescor de paz.

Com a sua voz, um ventinho refresca meu rosto,
O sabor do encanto, meu devaneio sonhado,
Tragado na magia da sua voz.

E se aproximam acordes, doce lira que brota,
Harpas adocicadas, dedilhados de leveza,
Todos casam com a sua voz.

Voz que perfuma, fragrância eterna,
Seu canto, o meu descanso suave,
Faz-me flutuar, me faz navegar.

( Rod.Arcadia)

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Amar é Para Sempre


O seu jeito, o seu olhar revela,
Abre as pétalas das flores,
Tudo se transforma, vira alegria.

E nesse movimento, nessa revelação
Que surge feito sol levantando atrás da montanha
Nós ficamos sentindo o banho do vento.

E de mãos dadas, cada um sentindo a vibração,
Os corações não estão inquietos, nem a circulação
Dos nossos sangues, tudo flui,

Nossas mãos se apertam, seguras, há um calor,
Uma energia saudável e boa,
E o seu olhar para mim revela,

Seu rosto se abre, ilumina,
Tudo se revela, abre como pétalas,
Assim eu descubro, descubro o véu,

Do seu olhar, eu descobri
Amar é para sempre,
Meu olhar também revela,

Amar é para sempre.
Um olhar diz, um olhar toca.
A valsa nasce, vamos dançar.

( Rod.Arcadia)
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terça-feira, 6 de julho de 2010

Dourado



Dourado é a luz do sol na pele bronzeada.
A pele soa, escorre o suor,
Percorre todo o corpo numa estrada de sedução.

Banhado pela luz do sol esse corpo,
Feitiça com paixão decai o tolo homem,
Possui o toque das mãos dos deuses.

Bronzeada pele, corpo que coloriu os olhos,
Pintura romântica, simbolismo que me fascina,
Quero sua mão na minha.

E deixo na dourada luz, minha marca,
No corpo bronzeado que escorre suor que seduz,
E fico esperando seu toque em minha mão.

( Rod.Arcadia)

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Força Mágica


Essa força mágica, o que me diz?
Ela abre portas, caminhos, desejos.

Desenha o perfil da felicidade,
Cria o vento a bater no rosto.

Essa força mágica, que nome você dá?
Quem a segurou, guardou no coração,

Fez a seca virar chuva,
Fez chuva virar sol.

Dessa força mágica, o que vem do seu sopro?
É uma magia eterna, o alivio do vento.

E lançarei na imensidão do mar,
Do céu e da terra, essa força,

Essa mágica estrela, o vento do alivio,
O eterno sopro da poesia.

( Rod.Arcadia)

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É no seu olhar...


É no seu olhar que vejo o meu caminho,
O seu largo sorriso me mostrando a sua certeza
E a sua mão sendo o meu porto seguro.

Mas eu sou um passaro livre,
Que não pára de voar, que vive por aí
Feito nômade urbano das cidades.

E viva, viva porque eu também vivo
Com a lembrança sua dentro do coração
E tente voar como andorinha da primavera.

Viva, viva, assim eu vivo,
Pra voar pelo mundo, pra lembrar do seu rosto,
Pra ver o pôr-do-sol na serra da Mantiqueira.


( Rod.Arcadia)

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Tijolo



Fiz castelos, fiz muralhas e
Uma casinha com o tijolo que ganhei.

Ah... Fiz um lar pra chuva não me molhar,
Fiz a casa do meu vira-lata,

Fiz a massa colar tijolo, debaixo de sol,
Debaixo de chuva.

Ah...Fiz casa pra patrão, pra empregado,
Pra casais e pra bicho e passarinho.

Construí tijolo a tijolo, fiz gente feliz,
Fiz gente não ficar no frio,

Fiz gente querer casar e ter família,
Fiz com cada tijolo meu orgulho,

Minha vida alegre, o meu cantinho,
Meu lar que eu deito e durmo,

Ouvindo a chuva cair, escutando
Os pingos baterem no telhado,

Deixa-me satisfeito,
Deixa-me sorrir sonhando...

( Rod.Arcadia)

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