quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Gulosamente



Gulosamente

Gulosamente na estrada do tempo vai o trem.
Leva saudade, constrói saudade.
Leva rosa chorona no meio do caminho.

Gulosamente vai o trem,
Vai que a estrada canta o seu nome,
Não carrega dor, nem angustia.

E gulosamente no destino do vento e do apito
Do trem, na estrada da vida, a gaita
Chora blue matando a nostalgia.

E o trem na estrada do tempo, caminha.
Apita, apita a vontade de um abraço aquecido,
Gulosamente vai o trem seguindo o seu destino

(Rod.Arcadia)

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E Se For Pecado?




E Se For Pecado?

E se for pecado?
Vamos deixar que tudo aconteça
E pular e pular, alegria sem medo.


Vamos festejar tudo o que tem direito,
E mergulhar e colorir o mundo.

Queremos poetizar e se for não é pecado,
Vamos riscar e tocar e ver o sol sorrir.

E se for pecado?
Vamos dançar e festejar.

( Rod.Arcadia)

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Canta, Coração




Canta, Coração

Canta, coração que tudo chora.
Amor perdido, tristeza que fere
E perfura.

Ah canta, coração,
Para o velho homem,
Alma de paixão desmentida,

Fio de vento que é navalha.
Ah canta coração,
Que o homem canta seu desamor.

E vem, vem trazer seu prazer,
Sua alegria vem ser criança
E correr na areia.

Canta, coração,
Canta que vou descansar
No sonhar de sua melodia.

( Rod.Arcadia)

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Voa Inspiração



Voa Inspiração

O que me traz de bom do seu sopro,
Que me deixa assim, bobo e sorrindo,
Nasce imagens, pinto-as na mente.

Voa inspiração, voa.
O eterno poeta quer despertar.
Ah voa, voa abre os olhos desse sonhador.

Traga-me a pintura da poesia, o quadro,
O rosto infantil daquela moça na janela,
Traga-me a tinta, o pincel e as cores.

Voa inspiração sem medo, voa
Que o poeta quer despertar,
Ah voa, acorde a musa dentro do poeta.

Voa, voa inspiração, faça o poeta dançar no ar,
Faça-o usar o pincel da sua arte e canção,
Faça despertar a musa que dorme dentro dele.

Voa, voa que a poesia é amante,
Voa no quadro, na pintura, no coração,
Voa pra despertar o eterno poeta que dorme.

( Rod.Arcadia)

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Amor Não Tem Idade



Amor Não Tem Idade


É como ensinar dança para o seu par.
Tudo se abre, acende o fogo, a luz, os pés levitam.
Isso é o amor invadindo?

E o seu par solta o corpo e vai,
Seguindo e sendo guiada nos passos que a
Deixam flutuar com seus pezinhos.

E os olhos brilham de paixão,
Vê a imagem do amante por dentro,
Por dentro dos olhos dele.

E é tão bom tão maravilhoso.
E ela se sente como uma menina,
E é tão bom, se sente viva, se sente

Amada, importante e adorada,
Vai a menina nos braços ser guiada
No fogo ardente.

E o amor? O amor não tem idade.
Dizem por aí que o amor não tem idade.
Escritas e ditas e marcadas pelo tempo,

Na memória, nas paredes, nos olhares de paixão,
Está aí gritada, musicada, poetizada
E dentro do coração.

E ela nos olhos grandes de emoção,
Segue, segue firme e confiante seu amante,
Sabendo que é amada, sabendo que alguém a ama.

( Rod.Arcadia)

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Coração Vagabundo




Coração Vagabundo

E o coração vai, batendo no peito.
Vai que ele deseja a alma entregar,
De braços abertos pra amor sorrir.

Deixa o coração gritar.
Abrir céus e criar tempestades,
Andar em pontes de arco-íris.

Coração vagabundo, vaga sem leme,
Salta no abismo pra cair de amor,
Coração que chora, arde peito,

Peito que canta ainda dolorido,
Quer trazer alivio na alma apaixonada.

Vaga coração, no rio de sua paixão.
Pula no abismo de amor, chora,

Chora que tem conforto.
Vaga coração, vaga,

Vaga no ritmo, vaga sem leme,
Coração vagabundo, canção que balança,
Coração que desanda no balançar do desamor.

( Rod.Arcadia)

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Partir ou Ficar?



Partir ou Ficar?

Se eu partir, a saudade vai sangrar.
Se eu ficar, o que me resta?
O que me resta pra admirar?

Vou partir, sem rumo e sem endereço,
Vou ficar, na miséria e sem vintém,
Sem panelas e maquiagens.

Vou partir, me embriagando com o mundão,
Vou ficar, estou entregue as sujeiras do mundo,
Tatuando a alienação na minha pele.

Partirei, com minhas fantasias e o coração de pierrô
E ficarei, fazendo piruetas e inventando historias.
Vou enfeitar a beleza,

O mundo vai esconder atrás da cortina,
Vou de piruetas, vou de sonhos,
Vou enfeitar meu coração de pierrô.

( Rod.Arcadia)

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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

No Coração


No Coração

No coração bate.
Bate a chamada saudade.
Bate a chamada emoção.

E existe coração quebrado,
Um coração machucado
E um coração aberto.

E há coração que dança,
Que sorri, que chama por conforto,
Que se abre, que permite a poesia entrar.

No coração guarda paixão,
Guarda a imagem e imaginação,
Ele guarda segredos, guarda riquezas.

No coração bate.
Bate sua lembrança.
Bate a chamada saudade.

( Rod.Arcadia)

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Chora Blue


Chora Blue

O meu blue canta e chora,
Chora guitarra, chora o azul,
Chora gaita sem ter vergonha.

Ai, blue, chora sua dor pra mim,
Chora a dor da minha gente,
Descreva que ela volta no meu blue.

Ai blue chora a nota no meu ouvido,
Chora o seu refrão, o solo da guitarra,
A gaita, a voz que beija o meu rosto.

E entra a sua voz, a rainha do blue.
Canta o azul, canta na estrada do blue,
Canta para desencantar o coração.

Canta pra eu viajar no seu azul,
Na estrada que caminharemos,
No azul do seu azul.

( Rod.Arcadia)

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Razão de Ser


Razão de Ser

Eu tenho razão de ser poeta,
O poeta dos maus amados,
Dos infelizes amantes, das flores e borboletas.

Eu tenho razão pra dizer com minha poesia,
A perola que é a esfera dos olhos dela,
Que de noite reluz duas cores.

E eu tive razão de enfeitar o meu poema
Com as esferas que chamam meu nome,
Que brilham feitos as iluminarias do oriente.

E a razão de ser, um poeta das cores e do preto e branco,
É riscar e pincelar formulas de pensar e refletir,
Pensamentos que sobrevoam no oceano das idéias.

Mas quem me dera, ser a razão do poetar,
Ser o sorriso do sol e a lagrima da lua,
Ser o guia dos olhos dela.

E flutuar nas esferas iluminarias,
O meu refugio, o meu porto,
Ser a razão da minha inspiração.

( Rod.Arcadia)

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Quando as gotas D’água Cantam


Quando as gotas D’água Cantam

Sai clave de sol,
Sinfonia de amor e saudade.

E caem gotas, batem no chão feitas teclas
De piano, nascendo notas,

Nascendo melodias, som que flutua no ar,
Conduzindo damas, vai galã,

Cavalheiro a conduzir damas,
Leva-as ao paraíso, conduz ao azul da alegria

E vão caindo gotas, do dó ao dó,
Piano d’água, sinfonia romântica,

Baile na chuva, cavalheiro amante,
Sorrisos e beijos na cortina d’água.

( Rod.Arcadia)

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domingo, 20 de dezembro de 2009

Enquanto Ele Amou na Manhã


Enquanto Ele Amou na Manhã

Enquanto ele amou na manhã,
Viu desenhos de sua paixão,
Tatuadas na parede.

Havia um sorriso, uma alma singela,
Um rosto adocicado de beleza, um véu
Descoberto, num cabelo dourado.

Enquanto ele amou na manhã,
Bebeu e comemorou, ninfa radiante,
Coroa de flores, cânticos amorosos,

A dança da paixão riscou o corpo,
Pintou-o, dançou, oferecendo seu amor,
Era a criatura mais feliz.

Enquanto ele amou na manhã,
O céu foi pintado, a ninfa chorou,
Nos olhos desse pintor, pinta o amor na poesia.

( Rod.Arcadia)

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Vênus Erótica

Vênus Erótica

Sua dança de sedução, leva meu desejo
Por você, tão ardente paixão.
Vem, vem dançar sua dança cósmica.

Vem mostrar para esse meus olhos
Seus passos que deixam pó de estrelas
Pelo ar, encanta com seu charme

Meu pobre coração que pertence a você,
Vem trazer seus lábios pintados de vermelho
E me acariciar com beijos ardentes.

Ó, Criatura, me deixa assim, tonto,
Perdido na sua beleza,
Nesse corpo de poesia desejo me perder

E ir aos céus de tanto amor
E não sair desse paraíso,
Vem amar esse tolo homem.

E nessa dança cósmica, me chama de amor,
Sorria, olhar de sedução,
Caio de amor, por você paixão sem fim.

(Rod.Arcadia)


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Soneto Embriagado


Soneto Embriagado

Venho até você, paixão cega
E me abraço, no seu calor, na sua pele.
Eu só sei chorar, sou tão brega,
Assim, me derramando, tudo me fere,

Como lanças no peito marcado
E não tem dor que revele ou cura.
Sou esse soneto embriagado,
Doentia palavra de loucura,

Que desenha feita tela,
Pintura nos olhos de poesia
E me abro e navego feito barco a vela

E me perco, num mar febril,
Só te olhando, olhar profundo
E faço de mim mesmo soneto embriagado.

(Rod.Arcadia)

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terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Me Quebrou o Pequeno Desatino


Me quebrou o pequeno desatino

Me quebrou o pequeno desatino.
Virei uma nota desafinada,
Um cd riscado, deslocado.

Não descrevo nenhuma fotografia,
Exclui meu painel, minha musa adormece,
Num profundo mar adormece,

Esqueci ela, culpa do desatino,
Entreguei minha inspiração,
Ninguém soube usá-la,

Coitada, foi violentada, jogada na sarjeta,
Vive no pó das ruas sendo pisada,
De lá pra cá, miseravelmente humilhada.

Me quebrou meu pequeno desatino.
Uma canção que ficou sem graça,
A cor se perdeu, ficou invisível.

Meu pequeno desatino parece aquele rei,
Aquele rei babilônico que louco andava,
Andava ele louco ajoelhado.

Ele andava de quatro aquele rei babilônico,
Rei que babava, de quatro patas andava
Nos jardins da babilônia.

Me quebrou meu pequeno desatino...
Quebra eu, vidro espelhado, espelho da Cinderela,
Da Branca de Neve não sei mais.

Meu pequeno desatino, são os sinos da loucura,
O general aposentado que ainda vê os fantasmas da guerra,
Com seus soldados mortos preparados para a batalha.

Me quebrou, desatino sentimento, feito aquele rei,
Aquele rei que andava de quatro, o rei babava,
O rei babava nos jardins da babilônia.

( Rod.Arcadia)


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Cabelo Molhado



Cabelo Molhado

E o seu cabelo molhado,
Vem me abraçar, após o banho,
Quero sentir sua pele, seu corpo molhado.

E o seu cabelo molhado,
Meu abraço em ti é fortaleza, você sabe,
Minha mão percorrendo sua pele, ah...

Eu suspiro, sem me conter
E quando você vai, vejo seu caminhar,
Seu corpo nu a desfilar, o tempo congela.

Componho uma canção, um sol sorri
E a manhã te chama pra acariciar
E à tarde te conforta sem medo.

O meu abraço em ti, é fortaleza.
Você sabe disso, faço sua felicidade, meu conforto.
Vem, vem me abraçar após o banho.

( Rod.Arcadia)
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De manhã



De manhã

De manhã vi seus olhos,
Vi um mundo que sorria,
Vi uma singela brincadeira.

Senti cheirinho de café,
O seu espreguiçar e o seu “Bom Dia”,
Senti o sol iluminar pela janela.

De manhã senti seu beijo suave,
Meu espreguiçar era o abraço do mundo,
Ouvi uma saudação dos passarinhos, senti,

Senti que você se foi. Ficou seu perfume,
Seu perfume no ar, no quarto,
Mas você deixou sua risada,

Deixou na cama o seu vestido,
Deixou em mim sua presença
E de manhã, tudo acabou...

( Rod.Arcadia)
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Cantar da Alma


Cantar da Alma

Quando o poeta canta, o mundo escuta.
Quando o mundo canta, o poeta sonha.
Quando a dama canta, o poeta declama.

Declama a alma, paixão grande,
Batendo no peito, sem receio de revelar,
Corpo e alma sintonizados.

Quando o poeta fecha os olhos, o mundo canta.
Quando o mundo fecha os olhos, o poeta descansa.
Quando a dama fecha os olhos, o poeta sonha.

Sonha a pureza da poesia, sonha o sonho
Dos sonhos, bate paixão com febre e fervor,
Bate no peito, marca na alma.

E cante, o cantar da alma.
Voz lançada no mundo,
Canta febre de amor.

Cante, o cantar da alma.
A pura semente no corpo e alma.
O poeta fecha os olhos, o mundo vai descansar...

( Rod.Arcadia)

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sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

O fim de Todas as Cores


O fim de Todas as Cores


Eu apaguei todas as cores da poesia,
Apaguei o colorido, as riquezas,
Apaguei os tesouros que brilhavam em luzes.

Desapareci com as letras e palavras,
Desapareci com as estrofes, com sonetos
E os acrósticos, retirei suas cores,

Retirei meu poema, descoloriu
O sol descoloriu o sorriso,
Apaguei as cores da poesia,

Apaguei as cores das imagens,
Os tesouros estão guardados
No fundo do mar e ficarão esquecidos.

Retirei a cor do mundo, do céu,
Da poesia, das musas e da inspiração,
Fechei as portas, estou trancado.
(Fim das cores.)

( Rod.Arcadia)

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No Reflexo Azul do Mar


No Reflexo Azul do Mar

No reflexo azul do mar,
Nasceu Afrodite da espuma flutuante,
É o nascimento, a gloria das águas.

No reflexo azul do mar,
Sereias cantam pra marinheiro amar,
Cai de amor e dorme no berço das águas.

E eu mergulho no reflexo desse azul,
Era o rosto, era o rosto mais belo,
E eu mergulho, nas profundezas

Do azul, é o mar que nado sem medo,
É o mar que venero e me desmancho
De sonhos e encantamentos.

Ai...No reflexo azul do mar,
Quero viajar, que meu corpo nas profundezas
Dessas águas, espelho cristalino do oceano.

E dessa viagem, cantarei.
Cantarei no reflexo do seu rosto,
Que ilumina a razão do meu viver.

( Rod.Arcadia)

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O Piano



O Piano


Batem as teclas os dedos macios
Bate dedos suaves joga as notas no ar.
A musica está nascendo?

Bate os dedos, percorre ligeiro nas teclas,
Notas de beleza surgem lançando mágica,
Estrelas e pó de cometas no ar.

É um rondó, uma valsa, um concerto?
É uma canção de amor, um lindo poema?
É o choro transmitindo nas notas?

Ai, que dedos poéticos que enfeitam o piano...
Deixa-me caído, aqui no chão, a delirar,
Feito tolo sem amor.

Ah... Mãos macias... Notas que voam pelo ar,
Fascina-me, me embriaga, me comove,
Linhas melódicas mergulhando em mim.

Toca meu ser, toca e pinta o ambiente,
Poesia musical, presente que emociona,
Ai me deixe desfalecer na arte da pintura desse poema.

( Rod.Arcadia)

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Razão de Ser


Razão de Ser

Eu tenho razão de ser poeta,
O poeta dos maus amados,
Dos infelizes amantes, das flores e borboletas.

Eu tenho razão pra dizer com minha poesia,
A perola que é a esfera dos olhos dela,
Que de noite reluz duas cores.

E eu tive razão de enfeitar o meu poema
Com as esferas que chamam meu nome,
Que brilham feitos as iluminarias do oriente.

E a razão de ser, um poeta das cores e do preto e branco,
É riscar e pincelar formulas de pensar e refletir,
Pensamentos que sobrevoam no oceano das idéias.

Mas quem me dera, ser a razão do poetar,
Ser o sorriso do sol e a lagrima da lua,
Ser o guia dos olhos dela.

E flutuar nas esferas iluminarias,
O meu refugio, o meu porto,
Ser a razão da minha inspiração.

( Rod.Arcadia)
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Saudade da Minha Terra




Saudade da Minha Terra


Ai saudade da casinha lá no morro,
Vê as vacas pastando no alto,
As galinhas ciscando pra lá e pra cá.

Ai saudade do caipira que canta sua poesia,
Acorde choroso na viola, o fumo de palha,
Seu chinelo de dedo, seu cantar da terra.

E voltar na terrinha pra rever meu amor,
Namorada que ficou contando trevo pra modo
Esperar-me o beijo que prometi.

Mas agora não sou mais o caipira,
Não cheiro terra, nem mato e nem pasto,
Não sei mais cantar a moda de viola,

Perdi meu jeito de caipira.
Agora o meu medo é de homem, não são mais de lobisomem,
Sacis, almas penadas e mula sem cabeça.

Meu medo é do homem que usa revolver, que lança bomba,
Que rouba ele próprio, que assina leis
E mata o mundo.


Ai, saudade da terrinha, lá do alto a casinha,
Fumaça escapando do telhado,
Comida, café, bolo, viola.

É tão bom, agora cheiro fumaça de automóvel,
Cheiro perfume barato, pago pra namorar por meia hora,
Bebo cerveja, ligo pra pizzaria, como hambúrguer.

Eita saudade, sonho em ser vaqueiro,
No cavalo cuidar da boiada, comandar,
Vaqueiro e a viola, caipira e a viola.

Minha saudade não tem fim,
Vem violeiro tocar seu acorde,
Faz-me ter lagrima, me faz cantar a alma caipira que sou.

( Rod.Arcadia)

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terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Novena






7


Meus anseios misturam-se
Nesse espiral que rodopia
Como uma roda de moinho.

Preciso do vento para mover
Meus braços, o moinho
Solitário na terra silenciosa.

A saudade que machucou
Ferida que não cicatriza,
Berra a dor condenada.

Ah... Meus anseios que misturam
Com esse moinho vagaroso
Vento que não traz sossego.

Paz de espírito afugentado,
Foge para encontrar
Uma alma colorida.

Ah... Esses anseios, suspiro
Cansado na noite
Não traz o vento.

Solitário o moinho
Cria imagens psicodélicas
Brilhando luzes fosforescentes.

Captura damas de luzes,
Sereias angelicais correndo
Nuas nos pastos primaveris.

O canto das marés
Afoga o moinho de prazeres,
Sereias amantes dançam
Rituais de acasalamento.


E o moinho gira
No acasalamento
Desfazem as damas em luzes

Penetrando o moinho que gira
No anti-horário assobiando
Felicidade que sempre quis.

Noite fria primaveril
Anseios que sepultam
Calam esse homem solitário.

( Rod.Arcadia)

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Novena


6



Eu vi a morena mais bonita
Que pulava nos seus carnavais
E o povo com seus olhos a seguiam
Nas ruas dos meus vendavais.

E ela me jogou na parede,
Mordeu minha pele tímida,
Cantou palavras francesas
No meu ouvido como uma bandida.

A morena mais bonita
Dançou no meu flagelo peito,
Machucou com seu salto alto,
Vermelhou meu rosto azulado.

E no final jogou-me na sarjeta,
Pulou nos seus carnavais
E o povo seguiu seu rebolado
E o caipora pulando apaixonado.

( Rod.Arcadia)

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Novena


5



Eu vi a moça deitada na areia,
Na praia de olhos fechados ela sorria,
O seu corpo era azul e quando
Olhou-me, não disse nenhum “ai.”
Ai, esse blue, que é meu blue,
Desafia os meus ais.

Eu vi a moça deitada na areia,
Na praia no domingo azul de sol.
E as pessoas viram seu corpo azul,
Ela olhou e não disse nenhum “ai.”
Ai, esse blue, que é meu blue,
Desafia os meus ais.

E ela foi embora
E veio o vazio,
Olhou para mim e não disse nenhum “ai.”
Ai, esse blue, que é o meu blue,
Silencia os meus ais.


( Rod.Arcadia)

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Novena


4



Vai o palhaço declamar poemas,
Sonetos de amor para aquela menina.
O carnaval de mascaras,
Risos vermelhos de compaixão.

Viola cantada para os cabelos cor de mel,
Encena o palhaço a sua peça
Boca azul a declamar versos,
Moça bonita nem presta atenção.

Aqui estou neste mundo perdido,
Assistindo as farras sem cor,
Assistindo o palhaço morrer na suas peça,
A boca azul desmanchou.


Na calçada o palhaço caído,
Moça bonita dançando no bloco,
Bandeiras coloridas, o carnaval começou,
Beijos mascarados no asfalto.

( Rod.Arcadia)

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sábado, 5 de dezembro de 2009

Novena


3



Deixei de ouvir blue
Por culpa dos seus olhos.
Como é difícil esquecer,
Esquecer seus olhos.

Deixei de ouvir blue
Por culpa dos seus cabelos.
Como é difícil esquecer,
Esquecer seus cabelos.

O seu corpo é como o blue
Um rio que deságua nas fontes
Cristalinas que eu flutuo
Explorando com seu sorriso.

Não há nada que possamos fazer,
Esquecemos esse mundo perigoso
Que não sorri,
Nossas mãos quentes aquecendo o frio.


Somos o dia inteiro,
As semanas de primavera,
As folhas de outono nas calçadas,
A geada européia das manhãs.

Somos os dias festivos,
O mundo desabando
E Armstrong no pôr-do-sol
Fechando seus olhos para sorrir.

Deixei de ouvir blue
Por culpa dos seus olhos.
Como é difícil esquecer,
Esquecer seus olhos.

( Rod.Arcadia)

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Novena


2


O sol preenche seu corpo de carinhos
E esse corpo, azul como o blue
Que pertence no azul do meu blue
Vai o sol adormecer seu corpo.

Seu corpo são as estradas do blue,
Antigas estradas do blue que navego
Onde o sol sempre sorri.

Essa canção de tristeza,
No azul possuído de desamor,
Mas esse amor, ah, são palavras
Feitas de estrelas no cosmo.

Seu corpo é o blue da minha canção,
Onde me perco sem direção.
Canto, canto o desamor
Que o sol sempre sorri.

( Rod.Arcadia)

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Novena – Poemas


Novena (Abertura)

1


Lá vai a moça com a vela
Seguindo o cortejo da novena
No compasso da batida do tambor.
Começou o azul, azul do meu blue
Abram as janelas, peguem as bandeiras,
Cortejo anunciando o começo no ritmo do tambor.
Começou o azul, azul do meu blue
Moça do meu coração segue cortejo
Da novena no compasso do tambor.
E Armstrong no pôr-do-sol
Fechando seus olhos para sorrir.

( Rod.Arcadia)

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sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Repete-se o Fim



Repete-se o Fim


E assim vai como carrossel que gira,
Gira, gira e de novo vai girando
E termina devagarzinho.

É de algodão doce, que derrete na boca,
E a mordida na maçã e repete,
Repete-se o fim.

O fim da musica no radio volta,
Aquela voz que emociona, repete-se o fim,
Naquele refrão que marcou, tocou lá no fundo.

Repete-se o fim do livro,
Aquela parte que fixou na mente,
Repete-se o fim as viradas de paginas.

Ah, repete que algum dia eu tive asas
E voei nos céus do meu Brasil,
As asas que um dia foi de um anjo, eu voei.

Repete-se para todo mundo que conheci
A terra que nasci nas asas que me deram
E que fiz cair lagrimas de meus olhos.


E insisto repetir o fim de meus dias de gloria,
Das asas que o anjo voou, eu voei
E abracei no conforto da beleza

E eu me repeti na ciranda do carrossel,
Girei, girei na repetição do fim,
Nos dias de gloria de um passado presente.

( Rod.Arcadia)

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Vá pássaro, vá traga o meu amor.
Voe, bata suas grandes asas,
Deixe seu rastro no céu azul,
Traga o meu amor e me faça feliz.

Vá, pássaro poeta, voe nesse céu,
Esse amor longe de mim,
Saudade amarga no peito
Espinho doloroso que sangra.

Pássaro amigo voe,
Declame, cante o poema
Para esse amor para que ela
Lembre da minha paixão.

Voe, bata suas asas,
Libere estrelas no céu,
Desenhe o rosto desse amor,
Cante a solidão que comanda
Minha alma.


Então vá, amigo,
Voe nos sonhos desse amor,
Faça-a vir,
Cumpra o meu desejo,

Minha vontade.
Voe, perto desse amor,
Faça-me ser uma criatura alegre.

( Rod.Arcadia)

A Dança de Andrômeda






A dança de Andrômeda
Risca o mundo.
Pinta os lábios da triste ninfa,
Faz os deuses dançarem.

A dança de Andrômeda,
Faz a humanidade sorrir para as estrelas,
Faz Pã dançar sua festa particular
E ainda arrancar da ninfa um único sorriso.

A dança de Andrômeda,
Desperta os atores de Baco,
Que com o vinho criam um novo teatro,
Encenam o amor encenam a tragédia.

A dança de Andrômeda,
O coliseu, a luz do sol renasce,
A dança de Andrômeda, risca o mundo,
Faz a bela ninfa abrir seu tímido sorriso.

( Rod.Arcadia)






Cabeça de boi
Cabeça que rói
Meus lindos carnavais.
Cabeça que dança
Cabeça que gira
Gira no giramundo
Rodando no infinito.
Cabeça de Taurus
Estrela no céu invernal
Cabeça de Vênus
Na areia do deserto.
Cabeça de boi
Cabeça que rói
Meu infinito balançar.

( Rod.Arcadia)

Saudade Que Não Passa







A saudade tocou-me feito o vento
No fim da tarde e invadiu,
Sem pedir licença.

E ela ficou, se ajeitou, acostumou-se
Dentro de mim, na minha alma,
Não bateu ao entrar, entrou e ficou.

Fez um doce lar no meu coração,
Porque o coração arde incomodado
E até chora tristemente.

E ela não quer se afastar, tentei apagar,
Disfarcei-me, escondi-me e foi em vão,
Onde estou ela me encontra e se ajeita em mim.

A saudade que nunca passa,
Virou morada, virou castelo,
Aqui, em mim, aqui dentro de mim.

( Rod.Arcadia)

quinta-feira, 5 de novembro de 2009







Meu amor é cheio de espinhos
Não tem jeito para carinhos.
O meu amor é o vinho
Que desanda em desalinho.

O meu amor encoberta de desenhos
É uma taça de vinho
Tinto protegida com carinho
Sangra vermelho seu rosto de espinhos.

E esse amor uma taça de vinho
Embebido num carinho
Enlouquecido, tatuado de espinhos,
Um quadro imperfeito de grotescos desalinhos.

( Rod.Arcadia)

Arcádia






“Et in Arcádia ego.”




Ardia no peito o poema
Nobres românticos desfalecidos
Gemendo no chão da discórdia.

Ardia no peito o fracasso
Nobres senhoras desfalecidas
Nos subúrbios das casas de concórdia.

“E no paraíso estou.” Dizia o pastor.
E na Arcádia dos radiantes poetas
Espectros de musas a desfilar.

Gemem como sirenes preocupadas
Dançam nos holofotes dos esquecidos
Gelam os corpos dos boêmios.

“E neste paraíso estou.” Disse o poeta.
Na Arcádia dos necessitados por poesia
Na alcova dos beberrões.


Ardia no peito a utopia
Que infinidade esperança
Tão longe, distante, perdida.

Emaranhado de utopia
Gente perdida e sonhadora
Poetas nos salões da Arcádia.
“E no paraíso estou.” Dizia o pastor.

( Rod.Arcadia)

Elegia









A elegia reinou nos corações
Nos corações que choram
Na poesia perdida.

Eram momentos draconianos e tristes
Quando choraram a ultima poesia
O palco sem iluminação e abandonado.

Eram tempos draconianos para elegia
Calmamente, elas suspiravam
Deixavam as emoções epicuristas tomarem seus corpos
E a dor, era um mero mau.

O mau que sofre
Suspira e berra
Cresce e se espalha
Como uma praga contagiosa.

A elegia reinou nestes tempos de simbolismos
De emoções vagas e fantasmagóricas
E suspirou por damas e senhoras
Em transformá-las em deusas
Em estatuas de branduras.


Os tempos de elegia se partiram ao leu
Perderam-se no céu
E somente, as mais sonhadoras cantam
Estes draconianos poemas.

( Rod.Arcadia)

A Noite Que Não Dormi





“Sou eu! Que não esqueci
A noite que não dormi.” (Álvares de Azevedo)





A noite que não dormi, sofri.
Oh, noite maldita que morreu meu sono!
Helena apareceu em meu pensamento,
Não! Eu não queria pensar nela!
Bati minha cabeça na cabeceira,
Apareceu Jocasta,
Segurando um ramo de rosas vermelhas,
Tudo poderia ser um sonho...

A noite que não dormi, sofri.
Bebi vinho seco para me distrair,
Meu gato caçava ratos no porão,
Eu pensava em Helena...
Ao mesmo tempo em Jocasta.
Queria deitar e apagar,
Apagar... E sonhar... sonhar...
O sono morreu! O sonho...


Naquela noite Helena bateu em minha porta
Ou era Jocasta?
Bebemos um novo vinho.
Talvez nos amamos.
Seu cheiro permanece,
Na noite que não dormi,
Seu vestido de linho adormeceu sobre a cama.
Por que só o vestido e não ela?

( Rod.Arcadia)

terça-feira, 3 de novembro de 2009






Somente era o desejo

Te acariciar o rosto de Maria
É o seu fantasma que vejo,
A sua boca que me queria.


Rasgou meu rosto com violência,
Abriu meu peito com sua boca.
Ai. Imaginei que fosse séria,
Cai nas garras de uma louca.


Maria louca, que me sugou.
Seu beijo me queimou
E suas carícias sufocaram


Meu pobre ser que foge
De você, louca
Que o amor vai longe.


( Rod.Arcadia)







6



Ah, o meu bem...
Ela é o meu blue
Azul é o seu nome.


Sorriso azul no escuro,
Ah, esse é o meu bem...
O blue do meu coração.


De tantas poesias
Esse blue escrevi.
Ah, esse meu bem...

( Rod.Arcadia)







5



Mas quem me dera ser esse blue

Que invade minha casa
Como um intruso invasor,


Que rouba minhas riquezas,
Meus sentimentos e meus segredos,
Que bagunça minha vida,


Me larga e me deixa abandonado,
Que aumenta o volume
E seduz o meu bem.


( Rod.Arcadia)