Negra Vênus Entre Os Véus





Negra Vênus Entre Os Véus

1
Prólogo


“Ela como anjo surgiu
Entregou seu amor,
Beijou meu pálido rosto e fugiu
“Para descansar num paraíso de louvor.”

(Rod.Arcadia)


2



E todas as manhãs vêm clarear
O mundo sem cor, um horizonte
Clandestino de lagrimas decaídas
Rio amargurado que flui no seu amargor.

Perdida Vênus, ouça o meu clamor
Outrora eu fui a sua dor
No mar perdido me entreguei no seu calor.

Então deixei que os horizontes
Marcassem o seu sorriso
Uma manhã doce e gélida
Com a brisa beijando meu rosto.

Ela é como anjo
Uma Vênus Negra entre os véus
Ela sorri para esse espírito poético
Em horizonte amargurado.

E o meu coração...
O meu coração sofre
Sofre a dor, paraíso descolorido,
Sujo e corrupto.

Em horizontes perdidos de amargura
Vejo seu rosto no frescor da minha inocência
Frescor angelical, doce sorriso outonal.

Talvez algum dia você apareça
E me mostre a sua dança de rainha
E rodarás para mim com seu sorriso outonal
No paraíso descolorido do seu amargor.

(Rod.Arcadia)


3

A nobreza escondida das manhãs,
Onde eu me deitei e sonhei.
Nas dimensões do seu abraço,
Onde eu me descansei e adormeci.

A nobreza oculta do anoitecer,
Misteriosa noite que me abraçou
Onde eu deitei e sonhei.
Luz divina que me aquece.

Ouço o choro dela
Que se escondeu entre as arvores
E esperou no seu amargurado refugio.

Veja me voar ao seu encontro
Criatura bondosa de sorriso meigo.
Veja me voar de encontro ao seu corpo
Criatura sorridente, majestade outonal.

Madrigal que cantou a triste menina,
Ela mostrou seu rosto ferido de lagrimas.
Mar de segredos eram os olhos de inverno
Que eu nunca mergulhei para sonhar.

Como pássaro ferido,
Eu estou cansado...
Meu coração, um pássaro ferido.

Vênus Negra entre os véus
Sua dança de rainha me cativou
Preciosa Vênus de sorriso outonal
Conduz-me na sua carruagem
Nos campos de poéticos pastores
Negra Vênus
Majestade outonal
Poesia primaveril que eu tanto aguardei.

(Rod.Arcadia)

4



“Mandei flechar o seu coração
Criatura bondosa em meus braços está.
Não há conquista no reino vazio
Não há conquista nesta terra corrupta.”

Talvez algum dia você caminhe ao meu lado
Para lembrarmos da nossa infância
Para esquecermos dos dias tenebrosos
Nesta terra sem cor.

Lembro-me que dançava no campo da Arcádia
E meu violão falava emocionado
Melodiosas notas distribuídas na pintura
Do seu corpo que flutuava nas dimensões da dança.

Agora o seu rosto de menina
Está ferido de lagrimas.
Carregado de dor, chora pela terra.
Não há conquista num reino vazio.

Agora o seu rosto de menina
Está ferido de lagrimas.
Carregado de amargor, fecha os olhos.

Talvez algum dia você volte a dançar
E abre as portas do seu rosto
Negra Vênus entre os véus
Sorriso primaveril do entardecer.

(Rod.Arcadia)