quinta-feira, 24 de abril de 2014

Meu Carnaval de Cinzas











Escolhi a fantasia esquecida no armário,
O meu chapéu de coco, meu casaco de brio alinhado,
Meu sapato branco marcado de saudade e sai

Pra preparar o festejo, batucar dos tamboris,
O reco-reco, o mexe-mexe, as gingas e o ritmo
No rimar do além-mar.

Mas sem ela tudo fica sem graça.
Sem ela não a vela a navegar sem mar,
Não há boêmio a amar sem rimar.

E se começam a batucar, lá vou ficar magoado.
E de dia rio e de noite choro pra disfarçar saudade,
Pra esconder o batuque das cinzas que tocam.

Mas sem ela tudo se perde
Sem ela não há mar no além-mar,
Não há carnaval sem batucar.

Cadê você pra dançar meu carnaval?
Pois hoje botei minha fantasia
E não quero desperdiçar alegria.

Cadê você pra dançar meu carnaval?
Pois hoje calei a angustia
E não quero dispensar a fantasia.

(Rod.Arcadia)



Um comentário:

  1. triste
    cruel
    sombria
    realidade
    tempos de cólera e bravura
    onde esperança deve se fazer presente
    e a fé um aliado nas batalhas
    grande abraço!

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