terça-feira, 21 de setembro de 2010

Apelo Aflito



Apelo Aflito



Meu apelo vem do fundo,
Do fundo e é gritado e é cantado,
Aflito, desesperado, de pregos e algodões.

O meu grito é o apelo, a alma aflita e cega,
Tateando espinhos e arames, em brasas
Chamuscadas, em dores de magoa.

Meu apelo aflito, é a poesia escrita,
É a poesia declamada, é o grito,
É o canto do poeta, é o verso livre,

Rimada e metrificada,
Bandida, das ruas margilizadas,
Trovejando como um alerta, um apelo.

O meu apelo vem da escrita da palavra,
Nasce de versos feito o ritmo do mar,
A arma, a poesia prevalecida.

( Rod.Arcadia)
 
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Eu Não Estou Sozinho


Eu Não Estou Sozinho



Eu não estou sozinho diante da poesia,
Diante de tanta poesia,
Que meus olhos fotografam.

Eu não estou sozinho,
Tenho a riqueza do mundo, não reclamo,
Tenho a queda da cachoeira pra me batizar.

Eu não estou sozinho, diante da poesia,
A poesia amiga que me acaricia,
Presenteia-me imagens, a beleza, um amor.

E o canto alegre, deflagrado, mistificado,
Do grito e do desejo que sustenta, mas não sou poeta,
Tenho alma que quer ser poeta,

Mas não tenho o brilho dos versos,
Não tenho imagens, nem musas e ninfas,
Sem fotografias na mente.

E sozinho não estou, tenho a riqueza do mundo,
Tenho a brisa banhando meu corpo,
Tenho o doce respirar do anoitecer.

( Rod.Arcadia)
 
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Apocalipse


Apocalipse




As trevas, as trevas governam.
Há um exército de anjos,
Armados e com armaduras.
É o final dos tempos.

E no reino do submundo um exército marcha.
Marcha levando nos olhos a cólera do ódio,
A doença manchada e maculada.
É o fim dos tempos.

E o dia manchou-se de noite,
Céu de trevas, fogo e neve caindo,
Um anjo soa a trombeta,
É o fim dos tempos.

E a humanidade?
E a humanidade no fogo cruzado?
Na guerra de anjos e demônios,
Na guerra do paraíso e do inferno,

Nesse fogo cruzado,
O livro do juízo final está aberto,
O destino traçado,
É o fim dos tempos.

( Rod.Arcadia)

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Proposta




Proposta





Não são propostas cegas e sem direções,
Ah... são do fundo do coração.
Você pode sentir, pode vê-las voando,

Se movimentando por aí,
Batendo na sua porta, entrando pela janela,
É feita de maresia, a brisa, refrescante.

É adocicado, um perfume de alecrim,
O cheirinho da fumaça do café.

Eu trago a proposta,
Uma proposta de uma mão amiga,
De um beijo fraterno, de um carinho

Seguro, confiante e de calor.
E assim abrirão asas, vôos, brilhos
E o seu sorriso para a minha inspiração.

( Rod.Arcadia)

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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Longos Cabelos


Longos Cabelos




Ai morena, desses cabelos
Brilhando na claridade da minha loucura,
A loucura do devaneio, assim sinto,

O perfuma que nele me atrai, me encanto
No balançar do seu cabelo, longos fios
Reluzindo na claridade dos meus olhos.

Ai morena, dos seus longos cabelos
Eu quero ver dançar, quero o vento beijar
De caricias seus cabelos feito de noite.

E eu admirador, como sou,
Vou pintando sua imagem
No agrado da minha poesia.

( Rod.Arcadia)

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Luminosidade


Luminosidade




Vem iluminar, vem iluminar.
Vem iluminar, vem iluminar.
Luzes de néon, farol perdido no mar.

Vem iluminar, vem iluminar.
Seus olhos em mim, traga luz
Na sua luminosidade.

E dispare seu rosto de poesia,
Ilumine minha inspiração,
Gire seu reflexo, me banhe de emoções

Vem iluminar, vem iluminar,
A poesia plena, a palavra iluminada,
A luminosidade narrada nos versos.

( Rod.Arcadia)

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Segredos


Segredos




Eu tenho segredos, segredos vivos.
Um rico tesouro nos olhos de jade.
Estão enterrados dentro de mim.

E pode perfurar, martelar,
Que não vai encontrar,
São segredos trancados,

São segredos enterrados bem fundos,
Dentro de mim, profundezas do oceano
Num deserto solitário.

E pode perguntar deles, eu negarei,
Negarei, meus segredos estão guardados,
É o rico tesouro nos olhos de jade.

Dentro de mim, oculto,
Segredos trancados,
Eu, a profundeza do oceano.

( Rod.Arcadia)

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“Elas Trarão o Riso da Chuva”



“Elas Trarão o Riso da Chuva”





Nas mãos vazias, um pedido.
Um pedido de presente,
E o presente é o sorriso delas.

Meninas comportadas, brincando com o cabelo,
Vestido amarelo na rua de terra, ai que ternura....
Infantis bochechas vermelhas, fofinhas mocinhas.

No vestido amarelo, e vem,
Meninas a agitar brincadeiras,
Nas mãos vazias o presente

O sorriso delas na rua de terra,
Infinitos olhos azuis balançam as águas
Nas esferas de seus olhos.

E nessa brincadeira, as meninas comportadas,
Brota chuva a cair do céu,
Cai chuva feliz, cai pingo na brincadeira.

“Elas Trarão o Riso da Chuva.”
O meu presente, o sorriso delas.
As meninas comportadas e a chuva sorrindo.

( Rod.Arcadia)

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quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Usurpada


Usurpada






E ela derramou desejos,
Feriu e machucou, fez adoecer corações,
Fez florescer amor febril.

E saciou da poderosa força da sedução,
Do seu olhar de mel, da boca de desejo
Que ela possui, delirou paixão.

Furtou, usurpou, violentou
Com a sua arte, roubou o coração
Através da beleza angelical.

Ai, usurpou o pobre homem,
O flagelado, o poeta amargurado,
Usurpou, fez o homem decair.

E dançou no perfume adocicado,
Lançando nos olhares de mel
A beleza angelical de uma fraternal mulher.

( Rod.Arcadia)

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Drag Queen



Drag Queen





Então no camarim na frente do espelho
Sua pintura extravagante faz vertigem.
O show tem que continuar.

“ Like A Virgem.” Canta Madona.
E brinca pincelando o batom no lábio carnudo,
Vermelho pecado, pisca sobrancelhas.

“Like A Virgem.” Madona canta.
E a peruca crespa esverdeada se ajeita na cabeça,
O vestido rosa de bailarina,

As pernas com meias de bolinhas,
Os sapatinhos noz pezinhos, sorri,
Riso enorme, amado parece, confortado.

“Like A Virgem.” A Madona foi desligada.
O espelho marcado com a pintura do lábio.
O show tem que continuar.

( Rod.Arcadia)

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Pintura


Pintura



Pintei as estradas do corpo.
Pintei as curvas dela, pintei o suor que escorria,
Pele bronzeada, perfumada loucura.

Pincelei os olhos dela, pincelei meus beijos,
Pintei minhas caricias, o meu calor por ela,
Meu conforto e o meu corpo.

E ela me purificou com a pintura,
A pintura do seu fraterno desejo,
Pincelou-me sem pedir licença.

Fui eu, assim entregue,
Assim nas caricias da pintura,
Deixei-me voar, deixei-me pintar nessa loucura.

( Rod. Arcádia)

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Usual


Usual




De hoje em diante meu usual vai ser diferente.
Feito as crianças do ocidente,
Feito as gueixas do imperador.

Meu usual será o megafone na rua,
O discurso cuspido e vomitado,
Um mega show de banda de rock.

De hoje em diante serei a voz da inocência,
Serei a brutalidade de fechar os olhos,
Um usual caso de mim mesmo.

Um usual, uma bomba relógio,
Pronta pra explodir, um usual caso de mim mesmo,
Eu agora sou uma pagina,

O canto da sereia que enfeitiça,
Ah, serei a luz que acusa,
O remédio amargo.

De hoje em diante vou levantar,
Ser o usual de mim mesmo,
Vou singrar no mar da minha vida.

( Rod.Arcadia)

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Versos aos Ventos


Versos aos Ventos




Versos aos ventos,
Ah, poema que gira o mundo,
Sopra palavras, magia de encantos,

Traz no peito emoção,
Faz girar carrossel, faz boca sorrir,
Ah, versos aos ventos...

Sopra no meu peito um poema adocicado,
Faz de mim um instrumento, me banhe,
Banha-me, lava-me de poesias.

Vento que sopra, ar fresco de palavras,
Versos que nascem, inspiração é a dança das musas,
É o beijo das musas, é a pintura poética.

Versos aos ventos...
Sobrevoa, bate aqui,
Aqui no meu peito, docemente.

( Rod.Arcadia)

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Você me traz de volta as ondas,


Você me traz de volta as ondas,
A maresia, o perfume da praia,
O som das águas, o barulho do mar.

E eu como sonhador, roubo seu mundo
E a seqüestro em meu refugio
E eu que acreditava que me queria.

E não acordada, perdida,
Neste mar,
Que trazem lembranças doloridas.

E eu corria ao seu encontro
Sem encontrar no destino,
Incerto, como as folhas de outono...

Como um louco, tranquei seu mundo
E a seqüestrei para dentro de mim.
E eu que acreditava que estivesse acordado...

( Rod.Arcadia)

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sábado, 7 de agosto de 2010

O Poeta e o Mar


O Poeta e o Mar




O mar chama o poeta
E o mar entrega ao poeta a pintura dela.
O poeta mergulha,

Nas deliciosas poesias,
São amantes, o poeta e o mar.
O poeta explora, nasce poema,
Nasce ritmo, nasce soneto.

E o mar acaricia, carinho no poeta,
Faz dele seu rei, seu rei precioso,
Vira menino abraçar o corpo do mar.

O poeta e o mar, viraram canção.
Virou canção de velho do mar,
Virou canção de pescador.

É ciranda que gira e canta.
O poeta e o mar, são amantes,
Ciranda a girar o poeta e o mar.

( Rod.Arcadia)

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Moeda


Moeda





Com moeda comprei meu carrinho,
Carrinho de plástico, as rodas saiam,
Perdiam-se morro abaixo.

Perdi meu carrinho, caminhão passou por cima,
Chorei, ganhei outra moeda,
Comprei pipa, ai que felicidade!

Pipa no alto, eu era sorriso só.
E a pipa desfilava feita a rainha no céu,
Como o passaro liberto sentindo o agradecimento do vento.

E a pipa também perdi...
Menino mal cortou pipa e ela pedindo socorro, foi...
Sumiu perdidamente seqüestrada pelo vento.
Chorei, mas ganhei outra moeda.

Comprei bala, comprei cocada,
Comprei Maria-mole,
Ah.. Comprei brigadeiro, pé de moleque,
Fiquei lambuzado,
Uma formiguinha de dente careado.

Mamãe não gosta, reclama.
Mãe é assim, quer o filho bem.
E mamãe sabe, sou criança.

E nada melhor no mundo do que ser criança,
Lambuzar e pintar a vida,
Comendo doces para adocicar meu mundo infantil.

( Rod.Arcadia)

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Carrossel


Carrossel




Gira, gira carrossel, gira giramundo.
Gira, giramundo do imundo ser.
Gira a alegria nos rostos dos pequeninos.

Carrossel, não pare de girar,
A bailarina não pára de rodar,
Gira no compasso o seu Quebra Nozes.

Carrossel, gira os pequeninos,
Faz o vento acariciar seus rostos,
Gira o tempo e a alegria.

Gira o passado, o presente e o futuro,
Gira as marcas, gira sem conflito.

Ah, carrossel, vai ao giramundo,
Faz meu amor feliz, gira meu amor,
Cantiga estou cantando, gira, gira

Carrossel, vai meu amor bailar,
Banhe o rosto dela com o vento do seu girar,
Carrossel, gira, gira,

Gira a vida dos pequeninos,
Gira o mundo, sustenta, vai à linha do tempo,
Carregar esperança, carregar amor.

E gira o giramundo do imundo ser,
Não termine, não acabe, vai girando,
Vai girando o meu amor nos braços da minha poesia.

( Rod.Arcadia)

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Meu Espelho


Meu Espelho




Meu espelho, ah espelho...
Faz meu ser brilhar, faz iluminar,
Sua mágica em mim, me batiza.

Meu espelho, ah espelho...
Há um passado aí?
Há ventos do futuro dentro de você?

E você traz a verdade ou a mentira, espelho?
Você traz sorrisos ou lagrimas?
Espelho, você é mistério ou segredo?

Então traga a visão da riqueza do homem,
Traga o que o homem sempre espera,
E você sabe espelho, não deixa o homem triste.

Abra as mentiras e verdades,
Livro das vidências, tarô de vidro,
Batiza o homem com o desconhecido.

Meu espelho, ah espelho...
Sou o destino que você selou, a pagina aberta,
Ilumina sua visão, me batiza com sua mágica.

( Rod.Arcadia)

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Solidarizo-me


Solidarizo-me





Solidarizo-me pra você, pequenina,
Meu abraço, minha proteção.

Venha pequenina, tenho a ponte arco-íris,
Tenho o caminho da fantasia,

Venha, há um mundo desconhecido, lá do outro lado,
De criaturas e mistérios, livros abertos e falantes,

Ah... Pequenina, há reis pierrôs e rainhas de pano,
Há sapos príncipes lamentando em lagoas.

Solidarizo-me, linda menina,
Eu sou a historia desse mundo,

Menestrel arlequim que dança na lua,
Sou a dança das fadas, a primaveril canção.

Venha pequenina, vem, o caminho aberto,
Vem, a jornada vai começar, o desfile vai passar.

E os seus olhinhos mágicos iluminam.
Vai o palhaço nas graças das suas cambalhotas.

( Rod.Arcadia)
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Ébano


Sustentou minha estrutura,
Sustentou minha fraqueza,
Pesada madeira, me sustentou.

Fiz minha morada, fiz o meu castelo,
Fiz dessa madeira o ébano da minha sustentação,
Carrego meu pesado fardo.

Ébano que sustenta, erguida até as estrelas,
Morada dos deuses, aqui descanso,
Soa cântico dos louvores.

( Rod.Arcadia)

terça-feira, 20 de julho de 2010

Janelas


Dobram as folhas das janelas,
Abertas, mostram caminhos,
Mostram caras e gestos.

Um boneco de pano aparece,
Acena, fala comigo, vai embora,
Fica uma musica de fundo, que não entendo.

As folhas das janelas dobram,
Nos ventos do outono, vem dama de fumaça
Invadir meu tempo, o meu espaço.

Em meu ouvido desdobram palavras amorosas,
Belas provas de sedução e a dama
Na saudade vai, nos ventos do outono.

E das janelas a estrela mais iluminada brilha,
A estrela-Dalva, ela ilumina as janelas,
Ilumina a casinha que fica na colina.

E as janelas são guias para muitos caminhos
E vou eu de violão nas costas, de pé no chão
E vou desdobrando janelas, desdobrando o meu destino.

( Rod.Arcadia) 

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Deito Pra Assistir



Deito pra assistir, seu olhar em mim.
Seu olhar em mim é alivio,
É doce prazer, um coração que pulsa.

Deito pra assistir,
As palavras que sairão da sua boca, são agradáveis,
Esforço-me pra não sonhar...

E lá fora tudo se movimenta, ninguém assiste,
É o filme que rola rápido, sem pausa,
E eu deito pra assistir,

Sua pulsação, suas mãos percorrendo meu corpo,
Seu sorriso eu assisto,
Eu assisto seus lábios buscando os meus.

E lá fora o filme acaba, ninguém percebe.
Nem o som da chuva, todos dorme.
Eu assisto,

Aqui deitado, eu te assisto.
E dorme na grandeza dos sonhos, dorme.
Fecho os meus olhos... Não é um filme.

( Rod.Arcadia) 
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Sede de Amar


Ah, essa sede de amar...
É tão bom assim.
Essa sede de amar, é fragrância.

Eu me sacio da sua sede de amar,
Bebo seu vinho, sua boca molhada
E mordo a pele sem sentir dor.

Essa sede de amar, atrai o perfume
Que vem de você, tudo se abre,
Na forma mais bela.

E os olhos não fogem, eles mostram espelhos
Que neles refletem, somos canções,
Canções de luar, canções de amores,

Violino suave, melodia feita floco de neve.
E chegue bem perto de mim,
Quero falar no seu ouvido:

Ah...Sua sede de amar,
É fragrância.
Essa sede de amar, é tão bom.

( Rod.Arcadia) 

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Bordado Em Mim


Faz de mim o seu bordado,
Faz de mim o seu bem querer,
Na costura do seu charme.

Venha assim bem leve para mim,
Bordando-me com seu carinho,
Uma vontade, a enorme sede

Que percorre em nossos corpos.
Venha me bordar nas linhas dos seus lábios,
O seu olhar de canela, sua pele erva-doce

E me acalma na primavera que canta.
Vem bordar dos beijos seus, costura
Seus desejos e caia na loucura,

Nessa loucura, na chama que não se apaga,
Que incendeia, que brilha e é radiante.
Faz de mim o seu bem querer, o seu bordado.

( Rod.Arcadia) 

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Destruição



Eu formulei o meu caos,
Na dança cósmica girei
Na contramão, traguei fumaças

De incensos, celebrei no contato
O festejo, vi oferendas ao deus da guerra,
Vi meus olhos tragando fogo.

Eu pintei sete vezes, risquei na parede
E nela marquei destruição, no rosto da guerra,
Vi meu caos descrito.

E nesse poço de lodaçal que mergulho,
Renascera meu outro eu, na superfície,
Um novo homem, uma nova identidade,

Sem guerras, sem caos, sem fogo nos olhos,
Somente o novo homem, da pura natureza,
Vou voar nas asas da grande poesia.

Assim vou, na minha destruição,
Construir o meu novo eu, para renascer
Nas grandes asas da poesia.

( Rod.Arcadia) 

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quinta-feira, 15 de julho de 2010

O Seu Papel


O seu papel são palavras chovidas,
Lagrimas enfeitadas que desenham no papel.

O seu papel é mais do que uma simples declaração,
Parecem amargas, talvez duras e doces.

O seu papel suave, menina boba que ri a toa,
Descreve na sua maneira um jogo,

De gato e rato, de rainhas e reis, de xadrez,
Sedução manchada de batom, viva a ti, atriz,

Decora seu teatro, drama enfeitada, luz na ribalta,
O seu papel de linhas tortas cruzam caminhos.

Papel amassado, jeito descarado,
Suspiro quieto, prazer no escuro.

No seu papel, sou assim perdido,
Não me acho, desorientada peça do seu jogo.

Então rasgue o seu papel, faça nova poesia,
Vem fazer de mim seu doce luar.

( Rod.Arcadia)

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Estandarte

Vejo seu rosto no meu estandarte.
Figuras no enfeite seu rosto de pêssego,
Suave sorriso de amanhecer.

E carrego nas ladeiras, nos morros acima,
Nos mercados da cidade o estandarte
Do seu rosto que reluz magia.

Vem ver os caboclos nos passos a dançar,
Na rua a batucar, tambores a poetar,
Batuques que gira as damas no versar.

E do seu estandarte sou mestre sala,
Eu desfilo no bloco na coração da multidão,
Carregando seu rosto no meu estandarte.

Vem abrir ala, batuque dos caboclos,
Faz ladeira agitar, vem abrir alas,
Giram senhoras no seu versar.

Cantar no rosto do seu estandarte,
A poesia admirada, vou à ladeira dançar,
Segurando seu rosto no meu balançar.


E vêm batuque, caboclos felizes,
Bate tambores, desce ladeira,
Celebram seu rosto no meu estandarte.

( Rod.Arcadia)

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Incêndio


Ai menina, me queima,
Queima seu beijo, seu lábio,
Dá cá teu beijo ardente,

Quer ser a minha canção?
Minha poesia, meu devaneio?
Ai menina, me incendeia,

Desejo molhado, unhas marcadas
No peito, vem me machuca, queima
Sem pudor, seu lábio em mim.

Vem menina, com seu corpo que ferve,
Minha febre por você é tamanha,
Temperatura descontrolada,

Minha ardente musa, minha canção,
Seu calor, desejo provocado,
Ai menina, meu corpo o seu incêndio.

( Rod.Arcadia)

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Memória Sem Tempo


A memória sem tempo, é um rio,
Um rio que corre, ele não pára,
A memória sem tempo.

E da memória, apaguei lembranças,
Aquelas doloridas, manchadas, sem cores,
Ficaram sem tempo, sem espaço.

E memórias novas eu desenhei num papel,
Gravei num gravador, fiz um disco,
Mas a memória é sem tempo,

É corrida, é carregada de lembranças,
O rio que flui sem parar,
O tempo passa e não termina.

A memória sem tempo, navego,
De lembranças boas, ruins, no rio que corre,
Ele não pára, ele continua andando.

( Rod.Arcadia)

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Com Sua Voz



Com a sua voz, eterna profundidade,
Um mar calmo que descansa,
Carrega fraternidade, frescor de paz.

Com a sua voz, um ventinho refresca meu rosto,
O sabor do encanto, meu devaneio sonhado,
Tragado na magia da sua voz.

E se aproximam acordes, doce lira que brota,
Harpas adocicadas, dedilhados de leveza,
Todos casam com a sua voz.

Voz que perfuma, fragrância eterna,
Seu canto, o meu descanso suave,
Faz-me flutuar, me faz navegar.

( Rod.Arcadia)

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Amar é Para Sempre


O seu jeito, o seu olhar revela,
Abre as pétalas das flores,
Tudo se transforma, vira alegria.

E nesse movimento, nessa revelação
Que surge feito sol levantando atrás da montanha
Nós ficamos sentindo o banho do vento.

E de mãos dadas, cada um sentindo a vibração,
Os corações não estão inquietos, nem a circulação
Dos nossos sangues, tudo flui,

Nossas mãos se apertam, seguras, há um calor,
Uma energia saudável e boa,
E o seu olhar para mim revela,

Seu rosto se abre, ilumina,
Tudo se revela, abre como pétalas,
Assim eu descubro, descubro o véu,

Do seu olhar, eu descobri
Amar é para sempre,
Meu olhar também revela,

Amar é para sempre.
Um olhar diz, um olhar toca.
A valsa nasce, vamos dançar.

( Rod.Arcadia)
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terça-feira, 6 de julho de 2010

Dourado



Dourado é a luz do sol na pele bronzeada.
A pele soa, escorre o suor,
Percorre todo o corpo numa estrada de sedução.

Banhado pela luz do sol esse corpo,
Feitiça com paixão decai o tolo homem,
Possui o toque das mãos dos deuses.

Bronzeada pele, corpo que coloriu os olhos,
Pintura romântica, simbolismo que me fascina,
Quero sua mão na minha.

E deixo na dourada luz, minha marca,
No corpo bronzeado que escorre suor que seduz,
E fico esperando seu toque em minha mão.

( Rod.Arcadia)

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Força Mágica


Essa força mágica, o que me diz?
Ela abre portas, caminhos, desejos.

Desenha o perfil da felicidade,
Cria o vento a bater no rosto.

Essa força mágica, que nome você dá?
Quem a segurou, guardou no coração,

Fez a seca virar chuva,
Fez chuva virar sol.

Dessa força mágica, o que vem do seu sopro?
É uma magia eterna, o alivio do vento.

E lançarei na imensidão do mar,
Do céu e da terra, essa força,

Essa mágica estrela, o vento do alivio,
O eterno sopro da poesia.

( Rod.Arcadia)

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É no seu olhar...


É no seu olhar que vejo o meu caminho,
O seu largo sorriso me mostrando a sua certeza
E a sua mão sendo o meu porto seguro.

Mas eu sou um passaro livre,
Que não pára de voar, que vive por aí
Feito nômade urbano das cidades.

E viva, viva porque eu também vivo
Com a lembrança sua dentro do coração
E tente voar como andorinha da primavera.

Viva, viva, assim eu vivo,
Pra voar pelo mundo, pra lembrar do seu rosto,
Pra ver o pôr-do-sol na serra da Mantiqueira.


( Rod.Arcadia)

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Tijolo



Fiz castelos, fiz muralhas e
Uma casinha com o tijolo que ganhei.

Ah... Fiz um lar pra chuva não me molhar,
Fiz a casa do meu vira-lata,

Fiz a massa colar tijolo, debaixo de sol,
Debaixo de chuva.

Ah...Fiz casa pra patrão, pra empregado,
Pra casais e pra bicho e passarinho.

Construí tijolo a tijolo, fiz gente feliz,
Fiz gente não ficar no frio,

Fiz gente querer casar e ter família,
Fiz com cada tijolo meu orgulho,

Minha vida alegre, o meu cantinho,
Meu lar que eu deito e durmo,

Ouvindo a chuva cair, escutando
Os pingos baterem no telhado,

Deixa-me satisfeito,
Deixa-me sorrir sonhando...

( Rod.Arcadia)

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domingo, 27 de junho de 2010

Beira-Rio



Sentei-me na beira do rio pra ver sabiá falar.
Pra ver sereia me enamorar no tempo azul de sol
E deitar comigo no verde pra escutar sabiá reclamar.

Das injurias de não ter amor seu,
Das tristezas que ele desabafa na beira do rio
E entoar toada de amor meu.

Sentei-me na beira do rio pra ver bem-te-vi
Pra ver sereia me enamorar na tardinha de sol
E bem-te-vi, eu vi soletrar o nome da sua amada,

Bem que eu te vi, assim tristonho,
Bem que eu senti sua boca calada
Bem que eu desenhei seu precioso carinho.

(Rod.Arcadia)


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Poetisa

A poetisa sentou na escrivaninha e estava aquecido o ambiente,
Abriu seu caderno levemente com suas mãozinhas dóceis e macias
Seus dedos pequenos foram abrindo paginas e paginas do caderno,
Era tão velho pelo tempo, mas tão querido para ela.

Ela jogou suas costas na cadeira e se espreguiçou gostosamente,
Disse um melodioso “Ah” invocando um ar saudoso
Para invadir seu ventre e ficou leve e calma.

Então, chegou à parte branca da folha do seu caderno
E com sua mãozinha na cabeça pensou,
Pensou um pouquinho e dali deixou-se incorporar.

As ágeis mãos percorriam as linhas imaginarias de flores e verdes,
Animais, carrosséis e pirilampos navegavam nas dimensões,
Ouviu o batuque e cantiga de bater chão de terra,
Percebeu crianças brincando e girassóis abrindo os braços,

E viu o galanteio do poeta e a tristeza da lua,
E tudo girava e dançava e batucavam no ritmo do poema,
E tudo fluía e navegava num sedutor oceano de palavras,
Imaginações, tesouros e diamantes lapidados,
A poetisa na escrivaninha, aquecido ambiente, bailava,
Lá fora bem-te-vi sorri, gato no telhado samba,
E ela bailava com suas mãozinhas no caderno,
Possuída pelo desfile de imagens e cores.

E perto do seu ouvido uma pequena musa ditava cada passo,
Cada pintura da peça que se mistificava, um ditar adocicado.
E lá fora um cravo chorava pelo amor da rosa.

(Rod.Arcadia)

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Tristeza Malmequer


E que navegam meu pranto ardente,
Meu gemido vermelho da minha boca que queima
Me despedaça vidraça de mim, me rasga feito pagina

Morada de traças e jantar de cupim, voa,
Voa longe do meu bem-querer, que te machuca,
Que te maltrata sem pudor, fuja de mim,

Num oceano sem fim, num horizonte mais alegre,
Dos meus braços que são sua prisão,
Cala-me do meu pranto seu silencio frio,

E me canta tristeza malmequer,
Ciranda desafinada, temporal sem cor.
Nos olhos da tristeza, vai navegando teu pesar em mim.

(Rod.Arcadia)

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quinta-feira, 17 de junho de 2010

Cremes e Rosas


Eu sinto seu cheiro,
Seu cheiro que laçou meu viver.
Foi invadindo sem querer,
Cremes e rosas eu quero,

Do seu corpo que o perfume exala,
Seu cheiro bom, me encantou,
Desejo beijo, da boca dela,
Cremes e rosas o perfume chamou

Pra junto do seu corpo,
Cremes e rosas sua sedução
Enlaçou feitiço dentro do coração.

Foi desejo, foi calor, foi grande noite,
Exaustos de amor, suados de prazer,
Cremes e rosas tudo poderia acontecer.

(Rod.Arcadia)

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Roda Viva


Roda viva, gira girassol,
Cavalo que salta, gira, gira, o meu sol,
Salta meu pedaço pra te alimentar.

Roda viva, gira meu poetar,
Meu encanto menino, quer dançar,
Gira girassol, meu sol girassol.

Viva roda viva, viva girassol,
Viva gira, gira, girassol,
Meu encanto menino, gira, gira o meu sol.

(Rod.Arcadia)


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Peso e Medida


Não tenho peso e medida,
Também não sou leve como pena,
Trago um sorriso levado,

No cantinho escuro do meu lábio,
Não desejo beijos e nem deusas,
Nem balas e confetes.

Não preciso de peso e medida
Pra equilibrar meu amor por ti,
Muito menos rosas e cartões de créditos,

Nem pagar um poeta perfumado para declamar
As melhores poesias apaixonantes,
Nem risos e velas.

Não tenho peso e medida,
Mas possuo uma carência, uma faminta
Carência de seu cheiro, do seu abraço,

Da sua voz, do seu aconchego,
De ouvir seu nome, te acariciar.
Fecho-me em ti, me aprisiono em ti.

(Rod.Arcadia)

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O Caso


O meu caso contigo é valsa,
É samba de quarta-feira,
É um rock bom no fim de semana.

O nosso caso virou cinema,
Best seller nas livrarias,
O beijo na novela das oito.

Virou poesia popular,
Um canto chão, um bolero argentino,
Um amor feito no frio do Central Park.

E que me digam os invejosos,
Desse nosso caso só quero confetes,
Brilhos e estrelas cadentes,

Vão invejosos em seus sambinha,
Batucar suas infelicidade, o nosso caso,
É um sol que canta, melodia doce e suave.

(Rod.Arcadia)

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segunda-feira, 7 de junho de 2010

Assim no preto e branco,

Assim no preto e branco,
Vida errada constrói meandros,
Infelizes incertezas, clarões que cegam.

Eu quero preto e branco,
Vou retirar sua mascara,
Sua ferida em mim,

Não quero saber em que meandro
Esconde-se sua falsidade,
Vou quebrar sua mascara,

Seu orgulho e sua lagrima de gelo,
Nem sua maldade, faz de mim seu boneco,
Preto e branco, nada colorido,

Nem arco-íris vão abrir,
Fecho meu sentimento, meu jardim secreto,
Faço-me de fechadura, quebro sua mascara.

E derrubo seus meandros, seu prazer,
A falta que você não faz, o preto e branco,
Desenho solidão em mim.
Desenhos meus riscos, quebro sua mascara,
Não é minha canção,
É o fim é o meu ultimo capitulo.

(Rod.Arcadia)

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Desvios e Atalhos


Em desvios e atalhos
Vai meu ser navegante,
Vai atravessando fantasmas,

Fechando meu ouvido aos gritos
De agonia, xingos e risos esquizofrênicos,
Sou um navio abandonado que navega,

Num mar de neblina,
Carrego o spleen, ninfas choronas,
Feridas de traições e navego,

Em desvios e atalhos,
Ouço a musica dos condenados,
Ela comanda o ritmo da navegação,

Mar de neblina,
Feito o spleen a febre do tédio,
Desvios e atalhos,
Vai atravessando os gritos dos fantasmas.

(Rod.Arcadia)

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Quero enlaçar em seus cabelos



Quero enlaçar em seus cabelos, musa morena,
Fazer deles minha eterna poesia,
Pra ti, pra ver seu sorriso,

Abrindo uma manhã de sol, ver seu sorriso,
Iluminar minha poesia, musa morena.
Quero ser o perfume dos seus cabelos,

Ser as mãos que vão tocá-los e inspirar,
Inspirar a fragrância tão docemente,
No meu frágil devaneio.

Ah, musa morena quero me enlaçar em seus cabelos,
Sou poeta que canta, que canta um desamor,
Poeta por ti eu sou e faço dessa poesia meu encanto,

Por seus cabelos perfumados, feito luz da manhã,
Que me faz despertar meu dia, meu encanto musicado,
Quero enlaçar sem receio, no devaneio alegre.

E assim, doce musa morena,
Eu canto a poesia de seus cabelos,
A viva alegria de seu doce sorriso.

(Rod.Arcadia)

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sábado, 5 de junho de 2010

Noites Enluaradas

Noites enluaradas,
Dois corpos que dançam,
Bailado ritmado, valsa açucarada.

Alguém que me diz quem é o par dessa dama,
Pode ser um rei, um poeta, um encantador,
São eles a mistura de um homem só.

Esse par pode ser um gato vadio que foge,
Batucando o seu amor nos telhados da vida,
Enlaçando no seu olhar o mar de segredos da dama.

Noites enluaradas,
Dois corpos que se unem,
Bailado ritmado, valsa açucarada.

(Rod.Arcadia)
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Qualquer Dia Eu Volto


Qualquer dia eu volto,
Carregando na mala meu destino, meu encanto,
Na mochila vou levando uma fada, uma bruxa pra assustar,

Vou levando a estrela cadente, um arco-íris que brotou bem longe,
Levo também os cânticos mais belos, o suspirar de uma criança,
A leveza nos olhos de quem poetisa os movimentos.

Qualquer dia eu volto,
Pra junto de um gostoso abraço,
De um estalado beijo na bochecha mais fofa,
No aconchego que vai me aquecer.

Levo na mochila estrelas e brilhos,
Fantasias e confetes, musas e rosas,
Minha poesia e o meu cantar.

E assim vou qualquer dia voltar,
Carregando no olhar, meu encanto,
Meu feitiço lançado, meu devanear,
Qualquer dia eu volto, nos carinhos do seu abraço.

(Rod.Arcadia)
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Litoral


Agora me levanto ouvindo o seu cantar,
Maresias enfeitadas, vão silenciar meu espírito.
Suspira, perfume soprado, espumas brilhantes,
Bebo tal cheiro do ventinho que me atira,

Nos braços invisíveis de musa, Iara bonita,
Seu beijo um litoral de mar calmo,
Brisa que me chama me conduz aos teus braços,
E eu não nego, ventinho condutor,

Meu guia, aos braços dela, chama meu nome,
Ritmando a sedução, o batuque de suas palavras,
Um bate-bate nos meus encantos,
Minha viagem, espumas, o mar aplaude.

Chama o litoral, ventinho feitiço,
Nos encantos da musa, Iara bonita,
Caipora pierrô dança batuque, encanto do amor,
Bate palmas o mar, bate palmas o mar,
Viva, viva! Sonhada canção beira-mar!

(Rod.Arcadia)
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Meias palavras

Meias palavras bastam.
Seu sorriso é a minha estrada sonhada,
O meu abraço em ti, um calor de paixão.

Meias palavras bastam pra dizer tudo,
Ditam nos olhos sentimentos já descritos,
E mãos tocadas, restam silêncios e mais nada.

Meias palavras bastam pra derrubar muros,
Pra dizer que conduzo você até a mim,
No abraço confortável, de um beijo no rosto,

De um sim no seu olhar,
E amanhecer ao seu lado, meias palavras não bastam,
Mas o teu sorriso me mostra, foi mágico, foi glorioso.

(Rod.Arcadia)
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