Lady Sofia





1

A Marcha Fria de Junho





Na marcha fria de junho,
Um tambor soa a nostalgia.
Bate em três compassos melancolicamente.

Na marcha fria de junho,
A musica é sem voz, sem versos.
Poesia branca no papel, palavras carentes.

Na marcha fria de junho,
Corações partidos rascam cartas de amor,
Rascam canções de amor ao soar o tambor.

E neste junho, a marcha fria,
Faz meu ser chorar, minha alma acalentar,
Minha angustia acariciar meu rosto.

A marcha fria de junho,
Soa o tambor carregando saudade,
Soa tristeza no rosto de Lady Sofia.

(Rod.Arcadia)

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2





Pegue minha mão, Lady Sofia,
Essa batida do tambor nos faz chorar,
Abre a nostalgia que não desejamos lembrar.

Ah... Lady Sofia,
Chora seu ser de amor,
Um amor que morreu e não renasceu.

Pegue minha mão, Lady Sofia,
Houve um dia que crianças cantaram
Uma antiga canção,

Os passarinhos nos acariciar
Com seus vôos pelo ar,
O céu azul pintado nos nossos olhos,

Um arco-íris para nos conduzir ao paraíso,
Uma chuvinha para esfriar nossas cabeças,
Um colo para botar a cabeça.

Lady Sofia pegue minha mão,
O frio de junho nos oculta num canto.
Lady Sofia, não ouça mais o tambor,

A marcha fria de junho, um compasso de nostalgia,
É o seu lamento Lady Sofia,
É a canção para um poeta amar.

(Rod.Arcadia)

3

Canção Para Um Poeta Amar




Uma canção para uma alma sofrida,
Ima canção para os pássaros,
Que no céu voam, uma pintura
Nos olhos da humanidade.

Uma canção dos amantes
Num carrossel romântico,
Uma canção na roda gigante
Em lábios tocando-se nas alturas.

Uma canção para um poeta amar,
Sua musa, a eterna inspiração
Que nasce do coração, uma alma
Que suspira e deseja sua amada,


Uma canção que desperta tempestade,
Renasce muitas vezes a fênix, renasce o amor,
O passado, a canção do futuro e do presente,
O agora e o depois.

Uma canção para um poeta amar,
Soa o tambor a marcha de junho,
Triste compasso que recai em todos,
Um poeta que no seu quarto

Pinta sua musa na sua poesia,
Pinta a sátira dos bufões malvados,
Pinta poesia no mundo,
A chuva, o céu, a esperança.

Soa o tambor no coração de Sofia,
Soa no meu ser,
Uma canção para um poeta amar,
Soa em mim um junho poético.

(Rod.Arcadia)


4

Junho Poético



Acenda o fogo que se alastra
Vagarosamente, corroendo a angustia,
Cheiro de fumaça que eu recebi.

E você, acendeu esse fogo,
Uma pintura surreal,
Seus olhos pintaram as labaredas,

De um junho poético,
Frio, com seu tédio, poético
Como as manhãs de chuva.

Junho poético, sem folhas nas arvores,
Sem pássaros, nem você aqui comigo
Eu posso me alegrar.

Junho poético e sua marcha fria,
Refugio de amargura, corações despedaçados,
Amores enterrados.

Vão os fantasmas longe de mim,
Desfazem-se no mar, em algum oceano,
Vão eles naufragar na imensidão das ondas.

E nem sua presença ao meu lado
Eu não me sinto bem, esse tambor de junho,
A marcha fria, nem o poeta reage.

Neste frio que corrói nossos sentimentos
Fecha a janela, deixe o som lá fora,
Ainda não sentiu a presença de Opus Sofia.

(Rod.Arcadia)


5

Opus Sofia I





E junho e sua marcha continuaram
Uma poesia sem cor cobrindo a cidade,
Os sinos das igrejas tocando
Sem parar. Tocando em nossas tristezas.

A orquestra com orgulho executa a peça,
Onde há amor e tragédia,
Onde há heroísmo e vilania,
Grandes e desejosos beijos.

Vem se opor a mim sua voz,
Voz macia, voz de soprano em meu ouvido,
Soprar um doce encanto,
Deixando-me silencioso,

Emocionado sem me opor,
Quieto, ouvindo o doce encanto,
Dessa sua peça, do seu jogo,
Perdido em meus delírios.

É a Opus Sofia
Reinando nesse junho poético
Fazendo-me cair, me embriagar,
Fazendo os sinos de junho tocar na cidade fria.

(Rod.Arcadia)

6

Os Sinos de Junho




Quando os sinos tocam,
Crianças rezam ao menino Jesus
Para que a marcha não traga tristeza,
A vela viva chama vai derretendo.

E os sinos da catedral vão ecoando
Na cidade fria, sem cor, lamentando lembranças
Amargas e remorsos de feridas profundas,
Em cada rosto machucado e lacrimejado.

E a cidade envolvida neste badalar, nem sorri,
Permite que a marcha fria de junho
Continue com seu tambor, badalando corações,
Enterrando paixões e sentimentos.

Badalam os sinos de junho
Na cidade com sua marcha.
Tocam os sinos em corações
De almas iluminadas.

E abre a janela,
Permita que uma nova canção
Invada que os sinos de junho
Badalam e eu volte a ouvir a Opus Sofia.

(Rod.Arcadia)

7

Opus Sofia II




Então abri sua canção,
Deixando que os sinos de junho
Tocassem meu coração.

E você cantava essa canção
Que abriu corações e me deixou
Aqui decaído no devaneio da sua voz.

Tocou-me como uma canção de poeta triste
Que poetizou seu mundo de paixão
E de dor, uma tragédia transfigurada.

Agora, eu me rastejo pra você,
Faço de sua canção meu alimento poético
E a beijo, beijo-a na ilusão,

Na miragem do sonho
Que me consome, me seduz
E devora-me no seu calor.

Fico aqui ouvindo os sinos de junho,
O tambor da nostalgia ainda soa no frio
E Lady Sofia recanta a canção de poema invernal

(Rod.Arcadia)


8

Canção de Poema Invernal




Canção de poema invernal cala tambor.
Fica no frio a marcha fria
E a nostalgia, ela vai nos deixar.

É o fim de junho, eu e você junto,
Agora somos canção, somos o poema.
Vem, me abraça, quero sentir você.

Vem, lhe peço, estou tão sozinho,
Nesse junho poético a marcha fria de junho
Faz meu coração abrir.

Ah... Sou canção para um poeta amar...
E desfaleço no seu colo quando os sinos de junho
Soa pela cidade fria.

Vem, eu te quero aqui.
Vem me aquecer, quero aquecer você
Vamos ouvir a canção, ela é muito bela.


Você não ouviu?
O tambor de junho parou,
É o fim de junho.

Quero perto de mim, não tenha medo,
Vamos cantar a canção,
Foi embora a nostalgia.

Agora somos amantes, somos um blue,
Uma canção de poema invernal,
Deite sobre meu peito, sonhe amor...

Deite, sonhe amor...
Vem, vem tirar solidão,
Vem preencher o meu vazio.

Vem, vem ser minha adorada canção,
E dessa canção abrir a marcha fria
E sorrirmos na abertura de julho.
Eu jamais desejei que você fosse embora...

(Rod.Arcadia)


9

A Marcha Fria (A Entrada de Julho)




E bate, bate o tambor no coração de Lady Sofia,
Bate a entrada de julho,
Mas ainda está triste, triste aqui.

O poeta adormeceu e os sinos badalam,
É o convite, julho entrou,
E tudo está vazio, silenciosamente vazio.

E a marcha fria continua, batendo tambor,
Soa aqui dentro de mim, dentro de Lady Sofia,
Soa melancolia na alma do poeta que precisa amar.

E sem musica e sem dança a marcha segue
Abrindo passagem, a entrada de julho,
Vai reabrir saudade, nostalgia amarga.

Agora eu deito nessa solidão.
Lady Sofia se foi, sem deixar sua sombra.
Ela se foi, é a marcha fria.

Ela se foi, não sinto sua presença,
Sua musica morreu, pelos ventos ela foi,
Sua sombra não está mais aqui,
Seu nome vai ser esquecido.

E assim continua, a batida do tambor,
Os sinos batem para julho,
O poeta ainda clama sua poesia

E Lady Sofia desapareceu nesse frio,
Nesse frio, na marcha fria,
Na entrada de julho soa um coração de solidão.

(Rod.Arcadia)