sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Repete-se o Fim



Repete-se o Fim


E assim vai como carrossel que gira,
Gira, gira e de novo vai girando
E termina devagarzinho.

É de algodão doce, que derrete na boca,
E a mordida na maçã e repete,
Repete-se o fim.

O fim da musica no radio volta,
Aquela voz que emociona, repete-se o fim,
Naquele refrão que marcou, tocou lá no fundo.

Repete-se o fim do livro,
Aquela parte que fixou na mente,
Repete-se o fim as viradas de paginas.

Ah, repete que algum dia eu tive asas
E voei nos céus do meu Brasil,
As asas que um dia foi de um anjo, eu voei.

Repete-se para todo mundo que conheci
A terra que nasci nas asas que me deram
E que fiz cair lagrimas de meus olhos.


E insisto repetir o fim de meus dias de gloria,
Das asas que o anjo voou, eu voei
E abracei no conforto da beleza

E eu me repeti na ciranda do carrossel,
Girei, girei na repetição do fim,
Nos dias de gloria de um passado presente.

( Rod.Arcadia)

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Vá pássaro, vá traga o meu amor.
Voe, bata suas grandes asas,
Deixe seu rastro no céu azul,
Traga o meu amor e me faça feliz.

Vá, pássaro poeta, voe nesse céu,
Esse amor longe de mim,
Saudade amarga no peito
Espinho doloroso que sangra.

Pássaro amigo voe,
Declame, cante o poema
Para esse amor para que ela
Lembre da minha paixão.

Voe, bata suas asas,
Libere estrelas no céu,
Desenhe o rosto desse amor,
Cante a solidão que comanda
Minha alma.


Então vá, amigo,
Voe nos sonhos desse amor,
Faça-a vir,
Cumpra o meu desejo,

Minha vontade.
Voe, perto desse amor,
Faça-me ser uma criatura alegre.

( Rod.Arcadia)

A Dança de Andrômeda






A dança de Andrômeda
Risca o mundo.
Pinta os lábios da triste ninfa,
Faz os deuses dançarem.

A dança de Andrômeda,
Faz a humanidade sorrir para as estrelas,
Faz Pã dançar sua festa particular
E ainda arrancar da ninfa um único sorriso.

A dança de Andrômeda,
Desperta os atores de Baco,
Que com o vinho criam um novo teatro,
Encenam o amor encenam a tragédia.

A dança de Andrômeda,
O coliseu, a luz do sol renasce,
A dança de Andrômeda, risca o mundo,
Faz a bela ninfa abrir seu tímido sorriso.

( Rod.Arcadia)






Cabeça de boi
Cabeça que rói
Meus lindos carnavais.
Cabeça que dança
Cabeça que gira
Gira no giramundo
Rodando no infinito.
Cabeça de Taurus
Estrela no céu invernal
Cabeça de Vênus
Na areia do deserto.
Cabeça de boi
Cabeça que rói
Meu infinito balançar.

( Rod.Arcadia)

Saudade Que Não Passa







A saudade tocou-me feito o vento
No fim da tarde e invadiu,
Sem pedir licença.

E ela ficou, se ajeitou, acostumou-se
Dentro de mim, na minha alma,
Não bateu ao entrar, entrou e ficou.

Fez um doce lar no meu coração,
Porque o coração arde incomodado
E até chora tristemente.

E ela não quer se afastar, tentei apagar,
Disfarcei-me, escondi-me e foi em vão,
Onde estou ela me encontra e se ajeita em mim.

A saudade que nunca passa,
Virou morada, virou castelo,
Aqui, em mim, aqui dentro de mim.

( Rod.Arcadia)

quinta-feira, 5 de novembro de 2009







Meu amor é cheio de espinhos
Não tem jeito para carinhos.
O meu amor é o vinho
Que desanda em desalinho.

O meu amor encoberta de desenhos
É uma taça de vinho
Tinto protegida com carinho
Sangra vermelho seu rosto de espinhos.

E esse amor uma taça de vinho
Embebido num carinho
Enlouquecido, tatuado de espinhos,
Um quadro imperfeito de grotescos desalinhos.

( Rod.Arcadia)

Arcádia






“Et in Arcádia ego.”




Ardia no peito o poema
Nobres românticos desfalecidos
Gemendo no chão da discórdia.

Ardia no peito o fracasso
Nobres senhoras desfalecidas
Nos subúrbios das casas de concórdia.

“E no paraíso estou.” Dizia o pastor.
E na Arcádia dos radiantes poetas
Espectros de musas a desfilar.

Gemem como sirenes preocupadas
Dançam nos holofotes dos esquecidos
Gelam os corpos dos boêmios.

“E neste paraíso estou.” Disse o poeta.
Na Arcádia dos necessitados por poesia
Na alcova dos beberrões.


Ardia no peito a utopia
Que infinidade esperança
Tão longe, distante, perdida.

Emaranhado de utopia
Gente perdida e sonhadora
Poetas nos salões da Arcádia.
“E no paraíso estou.” Dizia o pastor.

( Rod.Arcadia)

Elegia









A elegia reinou nos corações
Nos corações que choram
Na poesia perdida.

Eram momentos draconianos e tristes
Quando choraram a ultima poesia
O palco sem iluminação e abandonado.

Eram tempos draconianos para elegia
Calmamente, elas suspiravam
Deixavam as emoções epicuristas tomarem seus corpos
E a dor, era um mero mau.

O mau que sofre
Suspira e berra
Cresce e se espalha
Como uma praga contagiosa.

A elegia reinou nestes tempos de simbolismos
De emoções vagas e fantasmagóricas
E suspirou por damas e senhoras
Em transformá-las em deusas
Em estatuas de branduras.


Os tempos de elegia se partiram ao leu
Perderam-se no céu
E somente, as mais sonhadoras cantam
Estes draconianos poemas.

( Rod.Arcadia)

A Noite Que Não Dormi





“Sou eu! Que não esqueci
A noite que não dormi.” (Álvares de Azevedo)





A noite que não dormi, sofri.
Oh, noite maldita que morreu meu sono!
Helena apareceu em meu pensamento,
Não! Eu não queria pensar nela!
Bati minha cabeça na cabeceira,
Apareceu Jocasta,
Segurando um ramo de rosas vermelhas,
Tudo poderia ser um sonho...

A noite que não dormi, sofri.
Bebi vinho seco para me distrair,
Meu gato caçava ratos no porão,
Eu pensava em Helena...
Ao mesmo tempo em Jocasta.
Queria deitar e apagar,
Apagar... E sonhar... sonhar...
O sono morreu! O sonho...


Naquela noite Helena bateu em minha porta
Ou era Jocasta?
Bebemos um novo vinho.
Talvez nos amamos.
Seu cheiro permanece,
Na noite que não dormi,
Seu vestido de linho adormeceu sobre a cama.
Por que só o vestido e não ela?

( Rod.Arcadia)

terça-feira, 3 de novembro de 2009






Somente era o desejo

Te acariciar o rosto de Maria
É o seu fantasma que vejo,
A sua boca que me queria.


Rasgou meu rosto com violência,
Abriu meu peito com sua boca.
Ai. Imaginei que fosse séria,
Cai nas garras de uma louca.


Maria louca, que me sugou.
Seu beijo me queimou
E suas carícias sufocaram


Meu pobre ser que foge
De você, louca
Que o amor vai longe.


( Rod.Arcadia)







6



Ah, o meu bem...
Ela é o meu blue
Azul é o seu nome.


Sorriso azul no escuro,
Ah, esse é o meu bem...
O blue do meu coração.


De tantas poesias
Esse blue escrevi.
Ah, esse meu bem...

( Rod.Arcadia)







5



Mas quem me dera ser esse blue

Que invade minha casa
Como um intruso invasor,


Que rouba minhas riquezas,
Meus sentimentos e meus segredos,
Que bagunça minha vida,


Me larga e me deixa abandonado,
Que aumenta o volume
E seduz o meu bem.


( Rod.Arcadia)






4



Aquele  blue, sou eu.
Triste e bruto de solidão.
Aquele blue, sou eu.


Aquele blue, sou eu.
Saudoso e amargurado.
Aquele blue, sou eu.


Aquele blue, sou eu.
Cantado e imitado.
Aquele blue, sou eu.


Aquele blue, sou eu.
Sem nome, sem nada.
Aquele blue, aquele blue que era somente eu.


( Rod.Arcadia)






3



Eu tenho o silêncio de Maria

Como aquele navio perdido no mar.
Eu tenho o silêncio de Maria
Como aquela noite vazia.


Eu tenho o silêncio de Maria
De quinhentos diamantes de luzes.
Eu tenho o silêncio de Maria
Que silencia o meu blue.


( Rod.Arcadia)




2



Maria Blue, a canção.
Coloquei meu coração no dela.
Lancei meu olhar na Maria.


Maria Blue, azul seu nome.
Destruiu minha vida com seus olhos
Largou-me no chão abandonado.


Maria Blue, ai quem me dera.
Se essa mulher...
Toque esse blue!


Toque esse blue, mulher.
Que ficarei deitado
Nesse chão abandonado.


Toque essa música Maria.
Toque blue, Maria
Que eu não quero levantar.


Ah...eu tenho um blue na noite,
Eu tenho a solidão na madrugada,
Eu tenho o silêncio de Maria.

( Rod.Arcadia)



O Silêncio de Maria e a Beleza





1



O silêncio de Maria é o meu refúgio.
O barulho das ruas, a violenta orquestra.
Posso eu Ter sossego na alma?


O silêncio de Maria é o meu blue.
Mancha de compaixão a canção,
Marca as mãos no meu rosto.


O silêncio de Maria me desaprova.
Como o som das ruas na manhã sem sol.
Como o gato pulando telhados.


O silêncio de Maria são os dois lados.
Lados contrários e avessos
De que tanto desprezei.


Saio na rua, procuro satisfação.
Quem será minha Maria?
Quem será o silêncio de Maria?


( Rod.Arcadia)