domingo, 24 de julho de 2011

Vagabundo


Vagabundo





E sou eu a puxar as tranças da princesa,
Fazer troças da feiúra dela,
Ela me tem raiva, me xinga,

Rostinho dela parece porcelana, vermelho,
Os olhinhos de cólera, loucos de ira
E eu saio rindo, dando estrelas.

Ela vai chorar para o pai, o rei
Com seu bobo da corte, amantes inseparáveis,
Vai dizer que eu, o vagabundo, roubei seu sossego

E o rei com seu bobo da corte irá rir,
Da sorte do vagabundo, livre do peso, pássaro livre,
Sem compromissos, eu, o vagabundo, dando estrelas,

Não carrego o mundo nas costas,
Vou rindo, do rei, da princesa e do bobo da corte
E das cantigas e cirandas vou compor meu festejo,

Caçoar da tristeza rir dos tolos, fazer pirueta,
Vou dançar, bailar ao luar, na solidão valsar,
Eu, o vagabundo, sou a estrela que dá cambalhotas.

( Rod.Arcadia)
.

Nenhum comentário:

Postar um comentário